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sexta-feira, 27 de abril de 2018

Sertaneja Metropolitana


Da metrópole 
sou apenas mais um José
Calos nas mãos ,
 poeira nos bolsos,
saudade no peito
Esperança no novo
 Uma fotografia de lembrança
E muita, muita fé.

Lembranças do sertão,

De papai arando chão,
Sonhando com o cair da chuva
 e o verde da plantação.
E nas esquinas desta tão grande cidade,
 filas e filas pra labutar,
Para ter pão para comer,
 uma cama pra descansar.
Quanto a oferta da dignidade humana,
melhor calar...
Prometi a mamãe voltar logo,
e fazê-la rir com meu retornar.
Acamar o coração
daquela pra quem seria sempre menino,
E reviver com apegos
 as memórias, que trago lá do sertão.
Donde a rede fria aquece,
e o fogão de lenha dá luz
Donde as estrelas e luar são espetáculos,
e a flor do campo seduz
Donde o rio que corre purifica a alma,
e raios de sol são rastros que conduz.
Minhas férias estão chegando,
e no natal vou te visitar.
E dos amigos, amores, pais queridos e meu sertão
Guardareis as lembranças que nunca hão de apagar.



quarta-feira, 25 de abril de 2018

TIM TIM...





Um brinde a quem brinda,
A quem chama à felicidade
Num simples bater de taças .

Festejemos as vitórias
As prosperidades e glórias.

Que a saúde vá além
Com vontades controladas
Que os amores que vem e vão
Sejam experiências guardadas.

Que taça com taça vire música
Que embriaguês não dê motivos
Para chorar na ressaca.

Que não se percam nem amigos,
Nem amores
Mas se inevitável for
Que sejam breves as dores.

Que a taça nao fique vazia
Muito menos os corações
Brinde a vida e poesia
Nos breves instantes de fala
Não percas tempo a contar
Os ódios e as agonias.

Senão a bebida esquenta
E o tira gosto esfria.

Esvaziei todos os copos
Mas fujas da vida vazia.

TIM TIM


(Val Mello)

segunda-feira, 23 de abril de 2018

PÉS ♡♡♡

Membros que viram asas 
quando eu preciso voar alto 
Pilares que me sustentam, 
Quando parar é  necessário 
Se estou ébrio me equilibram 
Se estou fraco, estaciono
 E ganho forças pra seguir 
Se latejam e edemaciam, 
É  hora de dar-lhe atenção .

Há  os que se emocionam , 
quando os escuta pisar
Há quem nunca esqueça  o som
 que reproduz ao andar
Há tambem os que se excitam 
Que querem acariciar,
Há quem veja neles tanta beleza
Em querer   um dia  os tocar 
Tocar os pés  de uma deusa 
Que deseja como sua
E aos pés  da mulher amada 
ver a beleza nua
Daqueles pés  tao pequenos 
Que a noite fico olhar
E que pela fotografia 
Idealizo todos dias
os pés que quero beijar.

Há tambem quem repudie 
Quem sinta nojo ou vergonha.
Seja macio, adornado, 
tatuado e até rachado.
Salto alto, ou butina, 
chinelo  e até descalso
Há  quem idolatrará.

Nao sustenta só a matéria 
Mas o poema pra apaixonar, 
Faz a bailarina brilhar
Faz o atleta vencer
Do cego é  o volante 
Da criança  é o primeiro 
trilho de liberdade a percorrer
Os pés  viram a própria  luz 
Desafiando a física e
e mostrando  seu poder.

E quando a metáfora  é  correr 
Os pés seguem em passos largos
para poder conseguir ,
E se preciso desistir
Que meus pés  não me traiam
e jamais me deixe ir.
E é nas trilhas da vida íngreme 
que encontramos pessoas tudo,
 Pessoa cabeças , pessoas mãos 
Pessoa costas e pessoas coração 
Mas  numa pessoa pé
Entendemos o que é  apoio,
nos pés  de um irmão .
Pé  feito de auxilio
Pé  que consola alma
pé que sustenta a escalada
Pé  anti pé, mas sempre de pé .
E se no transporte da vida 
A vida me deixar sem pés 
Paro aos pés  da esperança 
em pé  feito criança 
De mãos postas em fé .

Pés pés... belos pés 
  ainda que não os tenha,
Me apoio em cada passo.
Pés  doídos pés  cansados
Me mantenha firme a ideia
De está  sempre de pé .





quarta-feira, 18 de abril de 2018

PASSAGEIRA APRESSADA



... Nunca paramos para
Respiramos apressadente
Nao beijamos filhos, o quanto gostaríamos.
Nem os pais como deveríamos.
Passamos apressados pela vida
num atraso constante.
Cheio de justificativas.
Passamos a vida culpando oa outros
A falta de hora,
De oportunidade,
mas dizendo que ta cheia de compromissos
Passamos rápido
Numa lentidão da criatividade
Na contramão da oportunidade
Sempre avançando um sinal chamado
TEMPO.

(Val Mello)

LIXO É LUXO

O lixo que da espaço  ao luxo,
Da ruas , calçadas, Praias, rios e praças
É  o objeto catado, por povos marginalizados
Pesado, moído, socado, partido, perdido abandonado.
O que se diz Luxo e só faz o lixo
Faz também o mundo ser mais esdrúxulo.
O lixo de o transforma, que vira luxo
Vira riqueza, vira agrado, vira vira sagrado.
O luxo é  um grande lixo, se só faz lixo
no mundo que grita,
Que pede, implorando pra renovar
Renova coisas, mas não renova amor
Renova os gostos, mas não as atitudes
Renova os desejos, mas não aprende a se renovar .
Muda conceitos e profissões
Mas não respeita as intenções
Do mundo que chora e que ameaça  a se acabar
Ordem e progresso, este é  nosso grito
Mas meu grito de ordem
É  RECICLAR.

(Val Mello)
Fotografia:  Eduardo Reis

quinta-feira, 12 de abril de 2018

PELE EM FLOR



Eu  quero  balançar
 numa rede de saudade
Onde encontro  felicidade, 
Quando Sonho  com você.

Me bronzear, 
no  calor da cor
Fazer  teu  corpo de mar
de verão, de luz, de ar

quero entrar no teu vestido
Escalar o teu umbigo
compor o gemido
gozar teu rio em mim

Eu só  quero a flor da pele
Pois vejo  tua pele em flor
essa  digital da alma
essa obra do Criador

No cais ou no  céu do  teu mar
Quero partilhar contigo
A cama, os sonhos
o sexo e o lar


Val Mello



QUINTA FEIRA


É de quinta essa saudade que eu sinto
Que invade a alma e atropela o coração
Mas é na quinta que eu vejo  ascender a chama
A semana ainda vigora
A sexta ainda não chegou
Cinco partes da semana que se foram
E esta espera quase, quase terminou

A quinta feira adoça a boca
tirando o amargo da saudade
Que o domingo me deixou
A sexta ainda não findou
Porque seu Sol ainda nem raiou

A quinta feita é a princesa dos dias
Que logo vira rainha, 
Depois de mais um amanhecer
tem amor pra renascer
Vai ter bocas e delírios pra se derreter
E na quinta, tudo pode dar certo ou não
Quinta não mata de ansiedade
E nem remói frustração.


(Poema e Desenho Val Mello)

RESTOS



Viva o puteiro brasiliano
e os deputados da putada.
Nem restos restam...
Os ratos robam
Roem, roem nao se fartam,
rasgam nossas redes 
nossa Raça 
Repetem os mesmo erros
Regridem, remontam,
retardam tudo outra vez.
Revejo, reviso, reparo.
Engatei a ré 
Sou a ré culpada da vez.

ENCONTRO RÁDIO 55




“Show de Compositores Rádio Estrada 55”
Memorial Municipal Getúlio Vargas 
7 de abril de 2018

Grandes músicos compositores atores, atrizes, poetas, músicos  cantores, e muita poesia no  ar.
Um grande agradecimento ao Mestre audacioso Ricardo Loureiro, que acredita e leva a frente a certeza de que a arte recupera o homem e o mundo.

'VÁRIAS VIDAS PELA ARTE , SEM DAR DESCULPAS NA VIDA"

Viva o dia do Jornalista 07 de abril

LANÇAMENTO DA 4ª EDIÇÃO DA POESIA REVISTA


No dia 24 de março de 2018  foi  lançada a mais uma edição da Poesia revista
O tema deste foi  "Amor"

Uma linda revista apresentando  poemas de diversos autores e suas mais diferentes formas de expressar o Amor.

Com a Produção de Gisele Lemos, e participação de artistas, músicos, atrizes, atores e bailarinos. A arte e suas diversas formas de libertação.
Gisele Lemos, Vam Mello e Bruna Ball
Amar é passear entre as correntes   do apego e do desapego, só para ver felicidades estampada nas janelas da alma do outro.  (Val Mello)

sábado, 7 de abril de 2018

AGONIA


Sou um reflexo no  escuro
Com vontade de gritar
Sou  alma que divaga
Sou  corpo que fraqueja,
Sou  boca que cala
Sou  o  medo noite e dia
Sou a sombra da agonia
Sou o  cigarro fumado
Sou  a garrafa vazia
Sou a mulher criticada
Por não saber dar meu grito
Sou o hematoma escondido
Sou mais um osso quebrado
E se da costela eu vim
É  pra eu está do lado,
Não  debaixo do pé,
Não debaixo de soco.

Sem vez e sem voz
Abrigo-me numa gritaria calada
Em mais uma mentira contada
Silencio a dor outra vez.
Aquele olho roxo
-Foi na pia do banheiro
Minha costela marcada
-Escorreguei na escada
O dente que falha o sorriso
-Foi porque  apodreceu
Aquela pele queimada
-Ah... Quão destruída sou eu
A boca tá machucada,
Será que aprendi a lição?
Não uso mais batom vermelho,
Será que já fiquei descente?
Meu corpo inteiro reclama
Mas tenho que ser uma dama
Mulher forte não reclama
- Apanhei por que mereci.
Assim disse meu amor.

Às vezes quero parti;
Sumir deste corpo de machucado
Na eternidade, talvez não exista dor
Meus cabelos serão livres,
Das mãos de quem os arranca
La talvez, me vejam  honesta
E não vão me criticar
Vou poder usar camisetas,
Sem ter que esconder marcas
 Debaixo dos meus vestidos
Eu só queria a cura
Desse amor tóxico e mau;
Dessa lavagem mental
Desse medo,
Dessa tortura.

Ajude-me,
Dê-me um eco
Faz-me soar mais alto
Meu grito escondido de dor
Disso que um dia por acaso
Eu ousei chamar de amor

(Rio de janeiro, Val Mello)









FURTO DA ESPERANÇA


Das cadeiras do  congresso
 Ao grito de minha favela
Passam ratos e baratas,
 Por uma cortina de fumaça
Uns roubam meu celular,
Outros a minha esperança
Afanaram meu patriotismo
Junto com a dignidade
O coração  já fraqueja
E o grito já não explode
Já não bato forte no peito
Com orgulho de ser brasileira

Cobraram-me pedágio caro
Pra me impedir de passar
Roubaram minhas vogais
Pra me impedir de estudar.
Compraram meus tribunais
Imprensa,  as emissoras, policiais e jornais
Desconstruíram a ética
É tempo dos imorais

Sujaram o meu dinheiro
Lavaram com notas frias.
Polícia não é mais herói
segurança virou utopia
O professor não consegue ler
Nem o médico salvar vidas
Faltam recursos
Sobram feridas,
Armas em punho, Lousas quebradas
E pra responder_ Que país é esse?
É o país do tudo, e o país do nada.

Nada na panela,
Tudo está jóia
Nada na escola,
Tudo está nas Bahamas
Nada na rua
Sinto-me tão nua
Nua de sonhos
Nua de paz
Nua de cultura
Nua demais
Nua na vida,
Sem malas nas mãos
De malas roubadas
Que outrora achadas, talvez na Bahia

Isso é recomeço?
Ou  seria um tropeço?
Mais um crime sem preço
Mais um crime calado
Mais um roubo comprado
O juiz apita o jogo
Mas meu time sempre perde
Me cobraram ingresso caro
Pra poderem me assaltar
Meu rosto ta cansado
Meu rito ta calado
A regra é : se não calo
Alguém vai me calar.

Isso é a república?
Isso é a democracia?
Vergonha alheia é normal?
Ou  é só  o  prato do dia?

A chibata dói tão forte
E povo marcado, Não é feliz...
É tão irônico , ser um rico tão pobre
Que debaixo desta lona
A fome ta abafada,
picadeiro montado
E o palhaço aqui ta cansado

Ordem e progresso me confundem
Meu verde já desbotou
Progresso em ordem ta propinado
E fruto da esperança
Virou  furto da esperança

Neste processo
De ter sucesso, Lá no  congresso
Esqueceram a ordem
Engataram a ré
E hoje bailamos
No  retrocesso.


(Rio de janeiro, VAL MELLO)