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sábado, 9 de abril de 2022

FRAÇÃO DE TEMPO


 

ENDEREÇOS

 




ALÉM



Ela tem asas de albatroz
Sobrevoa os mares
sem um tempo de parar

Riso raso e sem maldade
talvez seja a liberdade
que insiste em ser dividida

O abre alas de um eterno carnaval
Vendaval de alegrias
enquanto vida tiver
 
Definida em sinônimo de imensidão
 poesia não a explica
 razão não  a compreende
 
A vida sem fervura não lhe basta
Rima rica de um poema
sem versos metrificados
Pois nela não cabem os limites do mundo


Val Mello  

(Dedicado à Geisa, no  dia do  seu  aniversário 09/04)

CULPADA I



A frase que na mente repetia
Fazia sentir culpa na infância
No currículo, anos de terapia...


Um gatilho disparado feito bala
Na exata palavra imposta
À tona
o passado atroz de volta ,
o mesmo que havia feito as malas

Por tudo que ela não fez
o mundo lhe aponta a culpa
E ela ainda se desculpa
chora em nome de um querer

Sua palavra não vale
mais que o assédio alheio
E dizem não entender
Seus nervos a flor do pano

O crime dela foi nascer
em um corpo desejado
O malfeitor ao seu lado
tende não ser "o cruel"
tende a até ser "o coitado"
Movido pela liberdade
que ela tinha de viver.




Val Mello