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terça-feira, 31 de março de 2020

DESIGNADO



DESIGNADO
Complementando os sentidos
da própria vida e de outras
Faz revelar-se o poeta
Em meio as lutas que trava.
Ao disseminar seus versos
Em horas, tempo e espaço
Se faz objeto indireto
Um dependente do verbo
E um tutor palavra.

Traz na sua oração
a função  de encher vazios
E exerce na citação
o poder de atingir outrem.
Carrega a arma certeira
em códigos, cores e som
imagens e muitos dons
que nem cabem no discurso.

Este objeto indireto da palavra
que sozinho, nada conclui
que transita entre mentes
na dependência de um norte
de onde, para onde, por quem,
ou como deve escrever os versos
Que darão sentido ao seu mote.

A palavra do poeta é  mágica.
Faz o mundo perceber-se menos objeto e mais poesia.

(Val Mello.)

sexta-feira, 27 de março de 2020

SEM ANJOS OU DEMÔNIOS



SEM ANJOS OU DEMÔNIOS
................👼😈................
As mentes entorpecidas, pelo furor de impor
Causam medo ou fraqueza, ao invisível  da fé
Na boca a desconstrução, no peito repulsa ao amor
Nos atos cotidianos, só egoísmo em bandeira.

Mil diabos se recusam, a partilhar mesmo atos
Os anjos se depediram, e foram dançar ciranda.
O homem age sozinho, sem culpas e sem fronteira
O álibi santo ou profano, até  tem vez e espaço,
Quando o homem em seus passos
Nega ser responsável pelo outro.

Val Mello


quarta-feira, 25 de março de 2020

CAMUFLAGEM

Foto : Eduardo Reis.


CAMUFLAGEM..

Debaixo do meu chapéu,
Guardo um mundos de incertezas
Dentre dúvidas e sonhos
Desesperos e tristezas
Trago também esperanças
Guardadas desde criança
Contendo risos e amor
Guardo dor, guardo projetos
Guardo todos os afetos
A paciência e o esperar.

Debaixo do meu chapéu
Há tipos e personagens
Há músicas, grandes saudades
Há peças que não estrearam
Há ventos e tempestade
Há brisa leve e morada.

Há meu inferno e meu céu
Um dualismo dinâmico
Um universo escondido
Defeitos redefinidos
Expostos para os humanos
Mas recolhidos em si.

São os disfarces do bicho homem
Guardados e ornamentados
Debaixo do meu chapéu.

Val Mello

domingo, 22 de março de 2020

A VIAGEM

foto Eduardo Reis


Há uma mala carregada de lembranças
uma mochila repleta de esperanças
a bagagem explodindo de saudades
carteira  com um cheque em branco
destinado a  comprar sonhos.

Por mundos de curvas sinuosas
Há de existir no horizonte, 
 uma bússola ou  nariz mostrando o norte.
Há de ter quem invente a própria sorte
E quando as vontades gritarem alto,
O bicho homem há de  transformar os ninhos.

Entre as selvas ele se adapta
Seja de pedra ou de botânica.
Só o tempo será  mestre  das conquistas
Capaz de fazer a lista
redefinir o que é  fortuna

E riquezas serão revistas
E o ouro acumulado é a certeza
de ser um eterno viajante 
aprendiz dos seus quereres.

 malas vazias dos orgulhos,
 que um dia um lhe fizera companhia .

Val Mello

RUÍNAS



🌻RUÍNAS🌻
Renascia em meu olhos o passado presente
A história perdida, dos castelos queimados.
Não sobrava à mente a lembrança esquecida
Escapava à memória os amores cantados

Revirei as ruínas procurando imagens
E nas cinzas da mente algo de nós sobrou
Mil tijolos caídos e uma parede incompleta
São os contos da história  que ainda não acabou.

Renascia em meus olhos, muitos séculos adiante
A história sem  um fim que precisei narrar.
Os amores os amantes, os castelos de sonhos
É  tudo tão real, quanto o Sol que me cega.
Quanto a relva que acalma
Quanto a chuva que rega

Das paredes amarradas,que um dia viraram pó
Muitos séculos depois desatavam-se os nós,
O encanto, o reencontro a paixão o passado.
Paredes a erguerem-se
Há um futuro em nós!

Val Mello.