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segunda-feira, 29 de julho de 2019

QUINTO ELEMENTO


O dançarino é um poeta.
Talvez, maior de todos
Usa o corpo como caneta
Para escrever frases da alma

Na ponta dos pés, asas invisíveis
Alçando voos por tantos mundos

Passos marcados e rodopios
Faz sua imagem um desafio
Chegar ao céu, sem sair do chão.

Seu corpo, transpira tons
acordes, notas e mil refrães

Declama versos metrificados
Com sapatilhas, ou pés descalços

Canta com o corpo, riscando o chão
Fazendo rimas movimentadas


Faz de sua carne um verbo à parte
No espírito habita a poesia.
O dançarino é um poeta
Se faz poema em melodias.

Val Mello

ME FIZ DANÇA I



Danças, são poemas,
que libertam o corpo do corpo,
Escrevendo  com movimentos,
Coreografias  da vida.
Danças, são aplausos ,
Do corpo para o corpo.
É  a rendição  da alma.
É desfazer par com os traumas.
É  consagrar-se a si.

(Val Mello)

ALTO PREÇO



Alto foi o preço
De uma autoproteção
Coração endurecido
Carente de um recomeço

Intuindo o inexistente,
Sentimentos sufocados ,
Sonhos desabrigados,
Colheitas ilusórias
De prazer e sedução.
Caminhos mal traçados,
Sem voltas e sem ninho.

Entre vontades furtadas
Desejos indesejáveis
Encontrei um ser camuflado,
Mas inteiro, para ainda amar demais.

PALAVREIRO



Palavras desaparecem,
Ou se transformam em preces
Quando  um amor é  encontrado .
Palavras se fazem músicas
Sob tons de um silêncio .

Nem a carne que implora,
Nem a alma que espera,
Sabem escrever o poema
Sobre o dito "sentido de amar"

Sem versos para o papiro
Sem palavras, emudeço
Porque não cabem nos livros
A conta dos contos
Que um coração pode contar.

(Val Mello)

SOLIDÕES




Tanta gente que se olhava e não se via,
Tantos passos apressados sem destino,
Palavras que maldiziam ou bendiziam
Refrões que se cantava sem dizer nada.
Parado para ouvir os muitos,
Que pouco ou nada se escutavam,
Deparado a solidões universais,
Daqueles que precisam falar,
Daqueles que querem se dar,
Daqueles que se resguardam em silêncios colossais,
Querendo, mas sem saber o que dizer
Diante dos solitários que falam demais.

(Val Mello)