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quinta-feira, 19 de setembro de 2019

MEUS NARCISOS

Colei um poema narcísico
Nas têmporas de minha vida
Passei  achar belo o físico
Que o espelho me mostrou
Desisti de cortar os pulsos
Inventei um novo impulso
E até colori os cabelos

Recriei o nó da gravata
Fiz dela um laço e me embalei
Dei-me de presente a mim.
Encontrei com a liberdade
De nem sempre dizer sim
Das definições que ouvi
Nenhuma me descreveu
Puta, facinha, vagaba
Louca, oferecida, devassa.

Mas quem não conhece licença
Consentimento e autorização.
Vai passear pela dúvida
Reverberar o achismo
Desmerecer  o encantos
De quem ama, quem sabe se amar.

Nestes narcisos de idéia
Embriago-me de certezas
Que eu posso ganhar o mundo
Na briga pelos espaços
Sou mais uma nesta disputa
Invadida por vontades
O que tu chamas loucura

Eu me atrevo e chamo de luta

Val  Mello

sábado, 14 de setembro de 2019

GUARDIÃ DOS VAZIOS

Carnes abertas e em cortes
Muros barreiras e pontes sem suporte
Calos cansando a alma
Almas calando a morte
Sonhos desassistidos
Muito esforço e pouca sorte
Retalhos de mil paixões
Viagens sem um transporte

Com certezas por um fio
Mergulhei em correntezas
Dos amores quem me afundaram
E dos desejos inundados
Vi este mar virar rio
Sem topar os desafios
De correr pra novos mares
Por medo ou por receio
Me guardo e me resguardo
Em meus tanques vazios.

Val Mello
 

sexta-feira, 6 de setembro de 2019

DITA DURA

Quanto tempo  dura ,
A ditadura da dita dura?

Se não o tempo de matar de prazer
ou  morrer de tesão pelo caminho

Se não o tempo  de amolecer num ninho
Onde a bendita é mal dita quando não dura dura.

UM ACHADO

Fiz um assalto a dedos armados
Me roubei ouros de prazer
E diamantes de desejos
Não furtei minha vontade
E em lasciva invasão em mim
Vibrei, entre uivos e tremores
Com volúpias e despudores

Deixei escorrer entre pernas
Líquidos viscosos e escondidos
Em tatos descobrir contatos
E o prazer de estar comigo

Nem as andanças
 Das madrugadas surubais
Nem a fugidinha com o amigo
Nem o amante
com seus calores animais
Pulando a cerca
No prazeroso perigo
Não foram capazes
 De decodificar meus códigos
Como fizeram minhas digitais
Que caminha desde o umbigo
Me fazendo chegar ao céu
E nos tesouros do meu mel
Encontrei em meu abrigo
Conforto pra relaxar
Onde tu ainda perdido
Esmola  pra penetrar.




CIOS.

Escondida numa razão 
que desobedecem meus instintos
Aqueles que libertam 
Ao simples sussurro de tua voz
Nem precisamos esta a sóis
Ou debaixo dos lençóis
Para que  líquidos quentes escorram
Desejando afogar-se nos seus

Acompanhada de sons autorais
únicos, específicos, sensoriais
Cada um com seu jeitinho
Entre as manha e artimanhas
Há sempre um que mais arranha
E outro que geme mais.

Libertinos em suas overdoses de ardores
Desistindo da desardênciar
Realizando-se sozinho
Ou a dois ou a três
Ou muitos de uma só vez
Sem amarras racionais
Feito tantos animais
Dando adeus a tal razão

Há suores que escorrem
só no  furor do pensar
Labaredas em genitálias
Dispensam argumentação
E só se apaga  tais incêndios
Sob banhos mornos do cio .