Pesquisar este blog

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

ARQUÉTIPO

ARQUÉTIPO
Para não perder o ponto,
Nem o compasso da dança
Me tranço por entre linhas
Que o destino costurou.

A música vem como cura,
Fechando assim os buracos.
Restaurando o pano da vida,
E até  da lembrança ferida,
Tecem  fios de emoção.

Na tela de um morim
Ou na maciez do cetim
Exposta, nua e calma.
Bordando as realidades
Pintando com poesias
Retalhos soltos da alma.


Val Mello

AMPULHETA




Sob o fado do tic-tac
Sob infinita ansiedade
Olhos atentos aos segundos
Na rotação dos ponteiros
Com sinais de eternidades

Preso à necessidade
Do toque, do encontro, do cheiro ,
O tempo vira um mártir
Dos relativos minutos,
Teimosos a estacionar.

Noites longas de espera
manhã de preparação
Sonho acordado com o abraço
De dezessete horas ou mais.

Val Mello

ÓSCULO

ÓSCULO

Pouso, abrigo e conforto,
Incessante vontade ardente.
Aos olhos de quem refuta
Há pecado e maldição.
Ao prazer de quem o sente
É liberdade e salvação.
Carne sem gênero
Fresta macia
Princípio da luxúria .
A fala que cala,
A alma que grita
Lábios brigando sem fúria.

Sedução entre salivas
De corpos que silenciam,
E entre bocas se aspiram,
Sob olhares inflamados,
Pelo furor de um gesto

O beijo é um portal
De quem fulgura o AMOR.

Val Mello

FERMENTADOS

"Preso às vinhas
Como animais em gaiolas.
Humanos acrobáticos
Dependurado extraindo seus sulcos.
Entrelaçados como em parreiras,
Amantes se amando entre gritos sussurros.
Sob efeitos das uvas já fermentadas,
Por bênçãos de Baco ou Dionísio,
A clara felicidade é  obscena.
Até  as lágrimas que lavam a face,
É  resultado do vinho que vira poema "

 (Val Mello)

Mente que pulsa

"Uma razão amarrada,
por neurônios conectada.
Nas mãos  do equilibrista,
que trança  curas coronárias
Pela emoção dos sentidos. 
Assim pensa um coração
de um cérebro que pulsa 
.: (Val Mello)