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sexta-feira, 28 de agosto de 2020

FUGA PSICODÉLICA



 FUGA PSICODÉLICA. 

☂️☂️

Fugiu das sombras

invadindo espaços 

retalhando a carne

nas insólitas estradas.


Um andejo camuflado

guiada entre ecos mudos

disfarçando  leveza

em seus hiatos  alucinógenos.


(Val Mello)

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

O JOGO

 🏵🏵🏵

O JOGO

***********************


Ao contar só com o que tinha

Aprendi contar com sorte,

Que não revelou armadilhas

nem blefe dos jogadores.


Aprendi agradar a vida

a governar sem suporte

a desafiar inimigos,

a conviver com os vendidos


No Sol que me fez forte,

Feridas viraram calos,

me fiz luz e dia claro

me fiz amiga da morte


Senhora do meu destino

fiz de um sonho menino

alça pra sobreviver

Na inverdade homens

comi frutos de maus-tratos

que nem o sol escaldante

nem o castigos da fome

ousaram por no meu prato.


Val Mello 

segunda-feira, 3 de agosto de 2020

LENÇOL HUMANO


LENÇOL  HUMANO 

O frio se faz distante 
diante  do terno abraço 
o mundo é consolado
 braços viram abrigo

A vida tem mais sentido 
dentro do colo
cobertas da alma 
são tecidas com pele humana.

Val Mello 


MOLDURA DIVINA


MOLDURA DIVINA

nos teto de espelhos 
descansa a brancura
e as curvas da devoção 

mármore escupido
 encanto despido
derme emoldurada

Lençóis amarelados
vira seda em fina estampa
a guaradar um templo nu

Carne tênue e sagrada
dentro de um abraço quente
velo o sono da deusa ardente
no frio da madrugada.

(Val Mello)

segunda-feira, 20 de julho de 2020

QUADRO ESCONDIDO



QUADRO ESCONDIDO
🎨🎨🎨🎨
Bebo as letras
mastigadas das
canções que não compus

Me derreto em carne
trêmula, de desejos
não vividos

Me enrubesço em
tinta fresca dos
vermelhos derramado

Sangue frio 
ali vertido, 
sem embaraço ou dor

Vinho pela metade
Face em meio sorriso
alma curando a ira

Pelo o fogo a queimar 
o sono, de sonhos
virados cinzas

Sob a paleta
magenta surge
a tela encarnada

Pintura emoldurada
Um remanso encoberto
por um alarido de cores.

Val Mello

domingo, 19 de julho de 2020

A SEDUTORA


A SEDUTORA.
🎇🎇🎇🎇🎇
Alva, brilhosa
pastora
solitária e seduzente
Nem todo brilho 
da cidade em luz
clareando às estradas
não seduzem como d'Alva 
toda quente
toda rubra
toda Vênus

Val Mello 

quinta-feira, 9 de julho de 2020

LUSTRE SEDUTOR


LUSTRE SEDUTOR


Tem um lustre no meu teto
feito prata pura
me clareia 
me encendeia
Fico nua
Me visto de lua.

Vla Mello

CURA

Palavras e Poesia - Home | Facebook



La vem a voz de poema,
com uivos de calmaria
resulta o que verseja
naquela paz desejada

São enfermeiros do espírito, 
anestesistas de almas
Toda sílaba vira guia, toda fala
poesia

Eu, idolatra de vocábulos
de verve sacro ou mundana
me embriago em histerias
da melopeia que aflora
e me parto pelas palavras
dos versos que me completam


Val Mello

segunda-feira, 15 de junho de 2020

AMAR É CORAGEM

🕉🕉🕉🕉🕉
Queria empestado um punhado  do que fui
entregar sem sofrer as palavras que engoli
digerir frases duras sem fazer doer as vísceras
aceitar os silêncios sem sofrer um só  instante.

A carne  chora
sem dizer ao marchante
onde dói.

Se apanhasse emprestado um punhado do que fui,
a luta seria mais branda
a rudeza mais presente
os sentimentos escondidos
O sofrer mais camuflado
Mas perderia a chance de me ver amando outra vez.

Val Mello

SEMBLANTES


SEMBLANTES
💋
Sob  alvo da alma flechada,
semblante abatido
em tiro de silêncio 
ou socos de distância.

A boca tenra, guarda segredos,
 pupilas dilatadas
versam sem nada dizer,
nos espelhos do profano.

A obscena ligação 
da história a ser cumprida
contra o ferrão da inveja
resistente à estrada da vida.

o tempo  preterido,
hoje é  o mais  esperado,
e cada minuto é  sagrado
dentro do solo perdido nas eras.

Val Mello

segunda-feira, 8 de junho de 2020

PRATA RARA


PRATA RARA

Vi a prata sobre Vênus
copulando em céu  escuro.
Enquanto todos dormiam
ou por decreto sumiam
ela furava a quarentena
do alto fazia cena 
orgias de exibição.

Divina deusa dos mitos
Espiã dos forajidos
amiga dos enamorados
Quisera talvez  ao meu lado
Aquele que viste tocar-me

Astro dito iluminado
de luminosa vigília na Terra
Teu nome que enfeita rimas
Se faz sagrada aos poetas

Testemunha  dos beijos às ruas
Tão pura,
desperta o amor nos mortais.
Tão minha e de todos,
sagrada e profana
Segredos entregues ao brilho lunar

O sono me cobre,
com a paz que eu mereço
Da prata sem preço eu guardo em sigilo
desejos de Vênus e  lembranças de outrora
Paixões de agora, ou paixão  secular.

Val Mello.


sexta-feira, 5 de junho de 2020

ELA ANDA PELO MUNDO, EU SÓ A OBSERVO

ELA ANDA PELO MUNDO, EU SÓ A OBSERVO

de calcanho em calcanho
corri mundos nas  aquarelas
e nadei nas águas salgadas 
das rasas  fendas da face.

 hoje, presa à telas modernas
travo as botas e ouço  os tons
atenta a  entender brados de Calcanhotto.
fecho  janelas  da alma 
avisto cores em mim.

tantas vezes me ceguei
em  beligerantes dias
agora, sem discordar das chuvas
a  levarem e a  lavarem rotas 
repouso no trono dos pensamentos.

Afinal, não cheguei até aqui
 para perder o instante
em que o arco-íris pintará o céu

Val Mello

domingo, 24 de maio de 2020

SILENCIOS RUIDOSOS




📣
Virei fumaça  da lembrança  do que fui.
Bebi o amargo dos suores que me dei
Provei o céu de pertencer ao teu prazer
e o inferno de não  poder  te agradar
Sobrou o aroma das ervas da sedução
Deixando  cheiros onde o olfato alcança.
E na cortina esfumaçada de esperança,
me escravizo entre as falas que nada falam
e entre os silêncios que me torturam.

Val Mello.


DESCONFIANÇA



DESCONFIANÇA
..........................
Desconfio,
da palavra que me oferta
da boca em riso aberto
feito cova a me engolir.

Desconfio,
das carícias em minha face
das lágrimas junto ao meu pranto
das cabeças  sempre em volta
e da palavra por vir.

Desconfio,
da vida presa aos moldes
dos erros se corrigindo
e das verdades absolutas

Desconfio
da desconfiança  contante
fazendo o homem errante
correr  de pés amarrados

E por medo dos olhares,
em busca de lucidez,
a dúvida assim se fez.

Desconfio que na loucura
a liberdade faz sua morada
mas sem ter certeza de nada
engulo silêncios buscando a razão.
E com grades nas palavras
desconfio que errei
...ou nao!

Val Mello

terça-feira, 31 de março de 2020

DESIGNADO



DESIGNADO
Complementando os sentidos
da própria vida e de outras
Faz revelar-se o poeta
Em meio as lutas que trava.
Ao disseminar seus versos
Em horas, tempo e espaço
Se faz objeto indireto
Um dependente do verbo
E um tutor palavra.

Traz na sua oração
a função  de encher vazios
E exerce na citação
o poder de atingir outrem.
Carrega a arma certeira
em códigos, cores e som
imagens e muitos dons
que nem cabem no discurso.

Este objeto indireto da palavra
que sozinho, nada conclui
que transita entre mentes
na dependência de um norte
de onde, para onde, por quem,
ou como deve escrever os versos
Que darão sentido ao seu mote.

A palavra do poeta é  mágica.
Faz o mundo perceber-se menos objeto e mais poesia.

(Val Mello.)

sexta-feira, 27 de março de 2020

SEM ANJOS OU DEMÔNIOS



SEM ANJOS OU DEMÔNIOS
................👼😈................
As mentes entorpecidas, pelo furor de impor
Causam medo ou fraqueza, ao invisível  da fé
Na boca a desconstrução, no peito repulsa ao amor
Nos atos cotidianos, só egoísmo em bandeira.

Mil diabos se recusam, a partilhar mesmo atos
Os anjos se depediram, e foram dançar ciranda.
O homem age sozinho, sem culpas e sem fronteira
O álibi santo ou profano, até  tem vez e espaço,
Quando o homem em seus passos
Nega ser responsável pelo outro.

Val Mello


quarta-feira, 25 de março de 2020

CAMUFLAGEM

Foto : Eduardo Reis.


CAMUFLAGEM..

Debaixo do meu chapéu,
Guardo um mundos de incertezas
Dentre dúvidas e sonhos
Desesperos e tristezas
Trago também esperanças
Guardadas desde criança
Contendo risos e amor
Guardo dor, guardo projetos
Guardo todos os afetos
A paciência e o esperar.

Debaixo do meu chapéu
Há tipos e personagens
Há músicas, grandes saudades
Há peças que não estrearam
Há ventos e tempestade
Há brisa leve e morada.

Há meu inferno e meu céu
Um dualismo dinâmico
Um universo escondido
Defeitos redefinidos
Expostos para os humanos
Mas recolhidos em si.

São os disfarces do bicho homem
Guardados e ornamentados
Debaixo do meu chapéu.

Val Mello

domingo, 22 de março de 2020

A VIAGEM

foto Eduardo Reis


Há uma mala carregada de lembranças
uma mochila repleta de esperanças
a bagagem explodindo de saudades
carteira  com um cheque em branco
destinado a  comprar sonhos.

Por mundos de curvas sinuosas
Há de existir no horizonte, 
 uma bússola ou  nariz mostrando o norte.
Há de ter quem invente a própria sorte
E quando as vontades gritarem alto,
O bicho homem há de  transformar os ninhos.

Entre as selvas ele se adapta
Seja de pedra ou de botânica.
Só o tempo será  mestre  das conquistas
Capaz de fazer a lista
redefinir o que é  fortuna

E riquezas serão revistas
E o ouro acumulado é a certeza
de ser um eterno viajante 
aprendiz dos seus quereres.

 malas vazias dos orgulhos,
 que um dia um lhe fizera companhia .

Val Mello

RUÍNAS



🌻RUÍNAS🌻
Renascia em meu olhos o passado presente
A história perdida, dos castelos queimados.
Não sobrava à mente a lembrança esquecida
Escapava à memória os amores cantados

Revirei as ruínas procurando imagens
E nas cinzas da mente algo de nós sobrou
Mil tijolos caídos e uma parede incompleta
São os contos da história  que ainda não acabou.

Renascia em meus olhos, muitos séculos adiante
A história sem  um fim que precisei narrar.
Os amores os amantes, os castelos de sonhos
É  tudo tão real, quanto o Sol que me cega.
Quanto a relva que acalma
Quanto a chuva que rega

Das paredes amarradas,que um dia viraram pó
Muitos séculos depois desatavam-se os nós,
O encanto, o reencontro a paixão o passado.
Paredes a erguerem-se
Há um futuro em nós!

Val Mello.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

A CADA CONTO

Os seres e suas feras
As almas e suas caras
Cada um com seu furor
Cada um com sua calma
Cada encontro um novo conto
Cada conto um ponto aberto
Cada ponto da história
Reeescrita a cada modo
Cada um com sua dor
Cada dor, sérias feridas
Mas o que a história nao conta
É que cada lado tem o mesmo Amor.



Val Mello

sábado, 15 de fevereiro de 2020

FRAGMENTOS


Um corpo consumido de desejos,
Lembranças de banhos de suor
Lentos beijos a flor da pele
Pele em flor, corpos em nós.


Labaredas de paixão, num eterno agora
Desejando para sempre ser assim
Sem amanhã para chegar
Sem memórias, sem um fim


Das loucuras e peraltices momentâneas
Restaram lembranças, saudades e fantasias
Junto às certeza confortante
De que um pedaço da noite,
valeu mais que mil dias.


Val Mello

APARÊNCIAS

Tem horas que parecemos fortes,
mas só parecemos.
Tem horas que parecemos fracos,
mas só parecemos.
Tem horas que parece que tudo vai mudar,
mas só parece.
Tem horas que parece ter aparecido o par,
mas desapareceu
Tem horas que a gente até acredita no impossível,
pra desafiar as possibilidades do existir.
Tem horas que não tem horas,
é a hora que o tempo pára e só a saudade sobrevive.

Val Mello

MIOCÁRDIO

Os silêncios gritam
A boca vomita
A cabeça esquece
O coração acelera
E o corpo padece.
Isso é que dá
um cardíaco se esbaldar
em vinho tinto.
... tim tim!

Val Mello

FERAS E FAROS

Os seres e suas feras
As almas e suas caras
Cada um com seu furor
Cada um com sua calma
 
Cada encontro um novo conto
Cada conto um ponto aberto
Cada ponto da história
Reescrita a cada modo

Cada um com sua dor
Cada dor, sérias feridas
Mas o que a história não conta
É que cada lado tem o mesmo Amor.


Val Mello

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

SUBTERFÚGIO



No tabuleiro de buscas
Arquiteto encontrar teu ar.
Ando em tantas direções
Camuflada entre emoções
Entre jogos de estratégias .

Beijar-te
É xeque-mate
É vencida a batalha.
Há uma dama em proteção
E um rei capturado
Em um reino incendiado
Por desejos e reencontros
Fim do jogo
É mais um ponto,
Preferi não escapar.
Val Mello

BLOCOS


As peças não se encaixam
Vazios não se preenchem
O mundo estar doente,
É porfia em toda parte.
Em fendas nos emendamos
Buscando quem corrobore
Um discurso semelhante

O homem preenche blocos
De vontades ensinadas
Não sei se montamos o mundo
Ou se mundo se despedaça.
E para pertencer a raça
A nossa face disfarça
Os desejos mais profundos .
Val. Mello

PINK


Luz do dia nas janelas
O movimento é constante.
E em uma manhã chuvosa,
Mais pessoas apressadas
Mais buzinas irritadas
São vizinhos acordando,
A cidade despertando
Uma oração no rádio:
Confortably Nunmb
Meditação!
A criança ainda dorme.
No adulto despertado
É hora de labutar.

DEMÉTER




Entre as leis fecundas
E os anseios de deusa
Tudo estar sacramentado
Em longos tempos passados.
De raízes de Deméter
Aos frutos a serem colhidos
Nenhum amor é perdido
Alguns são afastados
Desprovidos do adubo.
Chegou o novo plantio
Há frutos na nova safra.


Val Mello

VERMELHOS

Com tintas que a vida oferta
Faço arco-íris no final de cada tempestade.
Entregue à quentura dos vermelhos que me definem,
desisti de insistir em apagar as labaredas da minha alma,
que ardem com vontades incessantes de sempre correr à frente.
Não sei se o vermelho é a cor mais quente,
mas sei que é a cor que colore meus versos,
Traduzindo expressões, que gritam até sem dizer nada.

DUBLAGEM

Vi Imagens de bem estar,
e expressões de alegrias,
Me faltam palavras à boca
E meus olhos se fazem rios,
No paralelo de nossoa mundos
Sobram apenas eclipses
e momentos eternizados
e um agradecimento ao tempo

Vi imagens de bem estar
felicidades obscenas,
expostas ao cubo do mundo.
E tudo as vezes é tão claro,
E os olhos se cerram aos fatos.
E só resta dizer amém
à combinação social
às imagens de bem estar ,
Ainda que lá falte amor,
para o mundo eles são felizes...
E eu, cá em meu mundo
Vou esperar outro eclipse.


Val Mello

Para meu Avô Edmundo

"Apareceu quando eu dormia
E foi um encontro lindo
Tuas mãos eram pequenas
Tua face era rosada
O Sol ja não te batia
Me chamaste como gostava
Sem apelidos ou marcas
"Valdene", tu bradaste.
Nao trouxeste notícias belas
Teu choro era tão profundo
Mas por um mísero segundo
Te beijei mais uma vez.
Palavras não recitei
Senti tua respiração
Agora sou eu quem chora
Mesmo com paz que tu me trazes.
Era sonho, eu acordei,
porem feliz com a visita"


.................A Edmundo Gomes, in memoriam

RETALHOS INTEIROS

Colei meus pedaços com batom,
vesti o perfume da fragrância Tudo Bem,
Calcei os sapatos da marca "Vai Passar"
Levantei e fui à luta...
Nem sempre saberem das minhas dores
Terei o colo que esperado.

Val Mello

A TELA

Fotografia é um poema,
é uma arte que eterniza os momentos
que fazem o passado permanecer no presente,
onde guardamos para o futuro
as saudades emolduradas.

Fotografia é sensibilidade,
é um olhar encantando os momentos
na captura do instante
uma energia sob um click,
luz e sombra se apresentam
a imagem se constrói.


Val Mello