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segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

GENTES GRANDES

Onde foram morar os sonhos?
E as doces frases da infância?
A ilusão de criança?
E o futuro promissor?
Gentes Grandes...
Nas abundantes insônias
Com um sonhar ainda "não pecado"
Entre apontadores atirados.
Um condenado, ocioso por sonhar.
Gentes grandes prendem sonhos
Libertam  gentes sonâmbuas

Val Mello

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

SÓ POR HOJE

Passos largos na estrada
Transbordante amor entre-póros,
Como se tudo, fosse pra ontem
E doar-se não  fosse o bastante.
Como se o rio já fosse o mar.
Entregar-se sem ter licença
À Vida em fio de navalha
À Vida em busca da falha
Ás falhas  da existência.
Só  por hoje me amarei,
Só por hoje serei feliz,
Só  por hoje a vida não para
E que amanha seja mais um vez,
Só  por hoje.

Val Mello

segunda-feira, 18 de novembro de 2019

DELÍRIOS

Alguns dias são tão pesados
Alguns passados tão presentes
Alguns presentes tão distantes
Alguns futuros apenas sonhos.

E tudo vira criança
E tudo vira infância
E se canção estiver certa
"Os sonhos não envelhecem."

Val Mello

SILÊNCIOS PARALELOS

De que valem as armaduras
Se a alma já estar atingida
Por palavras metralhada
Por frustração engolidas

O falar engasga o choro
E o soluço fica pra outra hora.

Seguindo uma direção,
Com um rumo talvez sem norte,
Ouvir talvez um "boa sorte"
Não afaga, mas revela.

E quando se grita os  silêncios
Encontra-se ali as respostas.
Pronto! Foi-se o pranto,
Armaduras recompostas
Paralelos a moverem-se
Nem sempre na mesma direção

Val Mello

MIM ARTE



Dose,
Dupla,
pintura.
Necessariamente
Nessa
Ordem.

O que é  a arte?
Senão  inquietos segredos.
Entregas de verdades
Mundo real iludido
E certezas confortantes.

Val Mello

OPHIDIA

OPHIDIA

Da presa que extermina,
Brota antídoto da cura.
Ainda encontro ternura
Na dualidade maldita.
Se um sibilar amedronta
O gigante que a despreza
Imagina, se a afrontas,
E faz valer sua empáfia

No torcer do seu rastejo
Paralisa quem a olha.
Sem precisão da visão,
Desfila esguia onde passa.
E em bifurcação lingual
Diz ao vemoronasal
O que há em sua estrada.

Rotulada e sem cortejo
Vive a vida envenenada ,
E aprumada em seu rastejo,
Ou recolhida a suas voltas
pode portar o último beijo
Ao gigante predador.


Val Mello

RELÓGIO DA ETERNIDADE


"Quanto tempo dura o eterno?
_As vezes apenas um segundo"
(Lewis Carroll)

RELÓGIO  DA ETERNIDADE.

Das vontades  fulgurantes
das esperas tenebrosas
Contam-se em dedos as horas.
e eterniza-se as paixões

O tempo é  lépido,
O tempo se veste da nudez.
E construir o eterno,
é  só um segundo talvez

Fração de minuto é  tesouro
contado com o que é  contido.
Quarenta e três  minutos vividos,
é um eterno sagrado,
é  um século achado,
em um segundo de atenção.

(Val Mello)

POLAROID

POLAROID

Saudades perturbadoras,
Que um artista emoldurou,
Representando o amor ,
Em imagem conservada.
Figura que dói  na alma,
De quem só ouviu falar,
Mas ao dono da saudade
É um bálsamo que acalma.

A aquarela nos olhos,
Distingue  luzes e cor.
E até uma céu de esplendor,
Se encontra sibliminado.
Feito um alívio pra dor,
Dessa saudade danada,
Trago na mente a lembrança
E uma foto emoldurada.

Sem medo ou superstição
Canto o mato em meu consolo,
Canto de alegrias e choros
Poemizando o sertão.
Cai a tarde e canto a lua,
Referencio a fotografia
O que pra muitos é  agonia,
Pra mim é  beleza crua.

Val Mello

CURA ADORNADA


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CURA ADORNADA
🌼
Corpo em cruz dizendo:
Vêm.
Entre olhos acolhedores,
Conforto apoio e descanso,
Dois membros lembrando um manto
Calmante  dos dissabores

Perdão das duras palavras,
Silêncio  gritando amor.
Luxúria  dando espaço ,
À fala dos corações.

Peito com peito em encontro,
Rostos grudados em pausa,
Repouso dos pensamentos
Conversa longa das almas.

Vertiginoso momento
Usando as mãos como laço.
São  traços  dos sentimentos
Desenhado em terno abraço

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

ARQUÉTIPO

ARQUÉTIPO
Para não perder o ponto,
Nem o compasso da dança
Me tranço por entre linhas
Que o destino costurou.

A música vem como cura,
Fechando assim os buracos.
Restaurando o pano da vida,
E até  da lembrança ferida,
Tecem  fios de emoção.

Na tela de um morim
Ou na maciez do cetim
Exposta, nua e calma.
Bordando as realidades
Pintando com poesias
Retalhos soltos da alma.


Val Mello

AMPULHETA




Sob o fado do tic-tac
Sob infinita ansiedade
Olhos atentos aos segundos
Na rotação dos ponteiros
Com sinais de eternidades

Preso à necessidade
Do toque, do encontro, do cheiro ,
O tempo vira um mártir
Dos relativos minutos,
Teimosos a estacionar.

Noites longas de espera
manhã de preparação
Sonho acordado com o abraço
De dezessete horas ou mais.

Val Mello

ÓSCULO

ÓSCULO

Pouso, abrigo e conforto,
Incessante vontade ardente.
Aos olhos de quem refuta
Há pecado e maldição.
Ao prazer de quem o sente
É liberdade e salvação.
Carne sem gênero
Fresta macia
Princípio da luxúria .
A fala que cala,
A alma que grita
Lábios brigando sem fúria.

Sedução entre salivas
De corpos que silenciam,
E entre bocas se aspiram,
Sob olhares inflamados,
Pelo furor de um gesto

O beijo é um portal
De quem fulgura o AMOR.

Val Mello

FERMENTADOS

"Preso às vinhas
Como animais em gaiolas.
Humanos acrobáticos
Dependurado extraindo seus sulcos.
Entrelaçados como em parreiras,
Amantes se amando entre gritos sussurros.
Sob efeitos das uvas já fermentadas,
Por bênçãos de Baco ou Dionísio,
A clara felicidade é  obscena.
Até  as lágrimas que lavam a face,
É  resultado do vinho que vira poema "

 (Val Mello)

Mente que pulsa

"Uma razão amarrada,
por neurônios conectada.
Nas mãos  do equilibrista,
que trança  curas coronárias
Pela emoção dos sentidos. 
Assim pensa um coração
de um cérebro que pulsa 
.: (Val Mello)



quinta-feira, 19 de setembro de 2019

MEUS NARCISOS

Colei um poema narcísico
Nas têmporas de minha vida
Passei  achar belo o físico
Que o espelho me mostrou
Desisti de cortar os pulsos
Inventei um novo impulso
E até colori os cabelos

Recriei o nó da gravata
Fiz dela um laço e me embalei
Dei-me de presente a mim.
Encontrei com a liberdade
De nem sempre dizer sim
Das definições que ouvi
Nenhuma me descreveu
Puta, facinha, vagaba
Louca, oferecida, devassa.

Mas quem não conhece licença
Consentimento e autorização.
Vai passear pela dúvida
Reverberar o achismo
Desmerecer  o encantos
De quem ama, quem sabe se amar.

Nestes narcisos de idéia
Embriago-me de certezas
Que eu posso ganhar o mundo
Na briga pelos espaços
Sou mais uma nesta disputa
Invadida por vontades
O que tu chamas loucura

Eu me atrevo e chamo de luta

Val  Mello

sábado, 14 de setembro de 2019

GUARDIÃ DOS VAZIOS

Carnes abertas e em cortes
Muros barreiras e pontes sem suporte
Calos cansando a alma
Almas calando a morte
Sonhos desassistidos
Muito esforço e pouca sorte
Retalhos de mil paixões
Viagens sem um transporte

Com certezas por um fio
Mergulhei em correntezas
Dos amores quem me afundaram
E dos desejos inundados
Vi este mar virar rio
Sem topar os desafios
De correr pra novos mares
Por medo ou por receio
Me guardo e me resguardo
Em meus tanques vazios.

Val Mello
 

sexta-feira, 6 de setembro de 2019

DITA DURA

Quanto tempo  dura ,
A ditadura da dita dura?

Se não o tempo de matar de prazer
ou  morrer de tesão pelo caminho

Se não o tempo  de amolecer num ninho
Onde a bendita é mal dita quando não dura dura.

UM ACHADO

Fiz um assalto a dedos armados
Me roubei ouros de prazer
E diamantes de desejos
Não furtei minha vontade
E em lasciva invasão em mim
Vibrei, entre uivos e tremores
Com volúpias e despudores

Deixei escorrer entre pernas
Líquidos viscosos e escondidos
Em tatos descobrir contatos
E o prazer de estar comigo

Nem as andanças
 Das madrugadas surubais
Nem a fugidinha com o amigo
Nem o amante
com seus calores animais
Pulando a cerca
No prazeroso perigo
Não foram capazes
 De decodificar meus códigos
Como fizeram minhas digitais
Que caminha desde o umbigo
Me fazendo chegar ao céu
E nos tesouros do meu mel
Encontrei em meu abrigo
Conforto pra relaxar
Onde tu ainda perdido
Esmola  pra penetrar.




CIOS.

Escondida numa razão 
que desobedecem meus instintos
Aqueles que libertam 
Ao simples sussurro de tua voz
Nem precisamos esta a sóis
Ou debaixo dos lençóis
Para que  líquidos quentes escorram
Desejando afogar-se nos seus

Acompanhada de sons autorais
únicos, específicos, sensoriais
Cada um com seu jeitinho
Entre as manha e artimanhas
Há sempre um que mais arranha
E outro que geme mais.

Libertinos em suas overdoses de ardores
Desistindo da desardênciar
Realizando-se sozinho
Ou a dois ou a três
Ou muitos de uma só vez
Sem amarras racionais
Feito tantos animais
Dando adeus a tal razão

Há suores que escorrem
só no  furor do pensar
Labaredas em genitálias
Dispensam argumentação
E só se apaga  tais incêndios
Sob banhos mornos do cio .

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

CAIXAS DE CONCRETO

 No tumulto das avenidas
Olho  palco dos automóveis
Tantos olhos que não se vêem
Em correrias indefinidas

Palavras com seus ruidas
Respostas de silêncios universais
Atrás do  pão feito  zumbis
Sombras de homens, sobras canibais

Os solitários e seus açoites
São saciados pelos desejos
Aos fins de tarde e cair de noites

Muitos falantes, nada de ouvintes
Dentro das caixas de concretos
São solidões fazendo brindes.


Val Mello

INDOMÁVEIS

Alguns seres nunca serão domados
Mordaças não impedem desejos
Não confundas Liberdades com iniquidades
Nem corpos lascivos com obsessões ou ensejos

Gritos para que calem
Não dominam pensamentos,
Lampejos de santidade
Não tira do  mundo  libido

Há mentes que enlouquecem
Sem as concupiscências da carne
E outras se sanificam
Com o que a moral se enfurece

Alguns seres nunca serão domados
Uns por se contraporem
e eu  por me permitir.


Val Mello

quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Pérolas ruivas



SE A PÉROLA SAIU DO MEU OSTRACISMO, EU ESCOLHO A COR.


Cuidado com a ruiveza
Com essa cor que incendeia,
Mora nas solércias de Hera,
Ou nos fascínios de sereia.
Mira pérolas quando ama
E pérolas ruivas, quando odeia.
É um jóia quando explode,
E um rico baú quando freia.

Excêntrica pra ser rainha
Mas formadora castelos.
Diferente uva nas vinhas,
De sabor aos seus afins
Dissabor de seus abjetos

Pérola ruiva  escolhida,
Ruborizada e escondida,
Atabulando  percalços
Por cores e poemas de telúrica acidez.

Imparidades da vida,
Enriquece os afrontos
Que outras damas por praxe
Não ousam vociferar.

Sob o fulvo fio colorido,
Fulgura pérolas de lábaro  quente
Em seus oceanos de expressões.

Val Mello

terça-feira, 13 de agosto de 2019

Dia 12: De Flor e De Frutas
         (Jorge Ventura)

Porque eu colho aromas
desde o dia em que eclodiste
em flor para mim.
Lembro-me da primeira vez:
afoitos,
germinamos sementes
a poucas horas de a poesia
verdejar num plantio de egos

Mas aquele dia nasceu tão “Eros”
feito os dias que começam
com um simples café da manhã
e terminam em tardes fecundas
de vontades noturnas

Permitiste
enraizar-me em teu íntimo
em teu sexo solar e frutífero
Senti o cheiro
de terra úmida de chuva
e provei do teu sabor
qual morango e uva
à época da boa colheita

Hoje – humilde agricultor –
cultivo delícias no teu rico pomar de prazeres

segunda-feira, 29 de julho de 2019

QUINTO ELEMENTO


O dançarino é um poeta.
Talvez, maior de todos
Usa o corpo como caneta
Para escrever frases da alma

Na ponta dos pés, asas invisíveis
Alçando voos por tantos mundos

Passos marcados e rodopios
Faz sua imagem um desafio
Chegar ao céu, sem sair do chão.

Seu corpo, transpira tons
acordes, notas e mil refrães

Declama versos metrificados
Com sapatilhas, ou pés descalços

Canta com o corpo, riscando o chão
Fazendo rimas movimentadas


Faz de sua carne um verbo à parte
No espírito habita a poesia.
O dançarino é um poeta
Se faz poema em melodias.

Val Mello

ME FIZ DANÇA I



Danças, são poemas,
que libertam o corpo do corpo,
Escrevendo  com movimentos,
Coreografias  da vida.
Danças, são aplausos ,
Do corpo para o corpo.
É  a rendição  da alma.
É desfazer par com os traumas.
É  consagrar-se a si.

(Val Mello)

ALTO PREÇO



Alto foi o preço
De uma autoproteção
Coração endurecido
Carente de um recomeço

Intuindo o inexistente,
Sentimentos sufocados ,
Sonhos desabrigados,
Colheitas ilusórias
De prazer e sedução.
Caminhos mal traçados,
Sem voltas e sem ninho.

Entre vontades furtadas
Desejos indesejáveis
Encontrei um ser camuflado,
Mas inteiro, para ainda amar demais.

PALAVREIRO



Palavras desaparecem,
Ou se transformam em preces
Quando  um amor é  encontrado .
Palavras se fazem músicas
Sob tons de um silêncio .

Nem a carne que implora,
Nem a alma que espera,
Sabem escrever o poema
Sobre o dito "sentido de amar"

Sem versos para o papiro
Sem palavras, emudeço
Porque não cabem nos livros
A conta dos contos
Que um coração pode contar.

(Val Mello)

SOLIDÕES




Tanta gente que se olhava e não se via,
Tantos passos apressados sem destino,
Palavras que maldiziam ou bendiziam
Refrões que se cantava sem dizer nada.
Parado para ouvir os muitos,
Que pouco ou nada se escutavam,
Deparado a solidões universais,
Daqueles que precisam falar,
Daqueles que querem se dar,
Daqueles que se resguardam em silêncios colossais,
Querendo, mas sem saber o que dizer
Diante dos solitários que falam demais.

(Val Mello)

segunda-feira, 24 de junho de 2019

LENÇÓIS


**************
Acordei entre os lençóis vazios,
Cheirando a  abraço quente.
No corpo, um intenso desejo,
Na mente, uma lembrança,
Na boca, o doce do beijo. 
Não foi sonho, a lua viu.
E  ela diminuia,
À medida que  preenchia
Nossa paixão secular.

E não há mais testemunhas,
Apenas o vento e o tempo,
Tentando acertar os ponteiros
De um tempo muito distante
Que se chega transportado 
Por música ou  regressão.

Entre os lençóis vazios
Cheirando a nós, sem ter nos visto.
Grito para o infinito,
Que estamos do lado de dentro.
Em um mesmo pensamento. 
Ligados pela eternidade.

(Val Mello)

quarta-feira, 22 de maio de 2019

TRANSCENDÊNCIA


..............................................
Cruzamento de olhares
Entreganm os seus segredos 
Levam mentes a perguntar
Quem procuras na multidão.
E o encontro de almas
Entre olhos se abraçam
Lembram tempos e histórias 
Que este tempo não escreveu.

Transcendencias das vidas,
Que quando estão bem perto
Precisam se ter de longe
Para que o mundo não perceba,
Que sempre estivemos juntos.

(Val Mello)


terça-feira, 21 de maio de 2019

TENOR

Foto: Eduardo Reis

TENOR

Um sopro que faz soar,
um timbre tão agudo
vindo em ondas tão suaves.

Precisamente, és  digno
Da destreza de quem percebe almas,
Da beleza de um musical sensível,
Entoando a  melodia
Ecoante teu ser

Tua voz é  um acorde envolvente
Celebrando a vida
Acalmando a alma
Fertilizando a mente.

(Val Mello)

quarta-feira, 15 de maio de 2019

BATOM


É um misto de segredos,
Que transforma toda mulher.
É expressão de beleza,
E até desacato à fé .
Mexe com sentidos mortos,
Mexe com a repressão,
Mexe com os comprometidos,
Causa ciúmes na multidão.
Escorrega entre os lábios,
Nos faz despertar muitos dons,
Nem quem usa, sabe explicar,
O poder de um batom.

(Val Mello)

terça-feira, 14 de maio de 2019

UM MAR, UM VIOLÃO E ELA

Imagem relacionada
Foto: Arquivo de Internet

O mar um abrigo
O violão um amigo
São três e trinta da manhã
E já nem sei pra onde vou.
Se sigo bem lento
Ou se volto correndo
Tentando alcançar
O que me escapa das mãos.

E a liberdade?
De ser  eu de mim,
E abandonei
Em nome não sei
De uma fugaz companhia

Pergunto ao mar
Que ainda é meu guia
Quantas notas eu teço
No meu vilão
Por esta mulher
Que não sei se me quer
Que mesmo tão lacônica
Me amarra a seus pés

(Val Mello)





O AVESSO


Ontem chorei por você
Hoje, eu  quero seu fim
Amanhã quem sabe
A maldita saudade 
te rasgue o peito
E tu se lembres de mim

Na estrada eu sigo
Sozinha,
em delírios
Tirando  um som
um  sol de amar 
que não cabe seu sim

Quem sabe num abrigo
de um colo desconhecido,
vou  acordar iludida
travando batalhas sem fim

Mas que fim?
Senão  um avesso
De um verso  incerto
De um blues ou bolero
De um samba sem bamba
De um dito poema
Sem  rima nem lema
De um quero ou não quero
De um porre certeiro
De um choro ligeiro
Pronto pra recomeçar
acordei sozinho 
na beira mar

(Val Mello)

AQUELA MENINA

Imagem relacionada
(Arquivo de Internet)
O dia se finda,
a noite  eu abraço
Vou de bar em bar
atras de um bem
Que um dia eu fitei.
Não sei o eu nome
Nem de onde vem
Se tu és sozinha
Ou se tem alguém.

Nas ruas e esquinas,
eu busco encontrar,
A dama menina
com olhos de mar
 eu não estava só
no instante ligeiro
Nem lembro quem era
meu par passageiro


o tempo fechou 
Seu vinho acabou
Partiu foi embora
sem nada dizer
tua face molhada
me olhou e saiu
Meu mundo chorou e sorriu
fiquei na esperança
de um dia te ver

Vou de bar em bar
Atrás da menina
Que mesmo chorando
Me fez encantar


Val Mello



VELADA ALFORRIA




Vivi e vivo uma fantasia
Talhada nos livros de história
Registrando em minha memória
Essa forjada alforria

Não foi por benevolência
Não foi um presente real
Foi pressão, luta e resistência
Ante tanta violência
Que ao algoz era legal

Lei Áurea não libertou
Apenas soltou corrente
Mantendo um povo carente
Dependente de um Senhor
Que aboliu o literal tronco
Mas a senzala se fez presente.
Herdamos o chicote que mata
O preconceito e o racismo
Em nossas mentes.

Embaixo deste tapete
Ainda há muita indecência

Parece não queremos ver
Q vivemos a demopseudo
O País ainda não é de povo livre
O País ainda respira o feudo.


(Val Mello)


Texto inspirado em versos da na música "Peixes" de Juliano Ode

segunda-feira, 13 de maio de 2019

FEUDO





Não tenho um país do povo
Eu tenho um país do feudo.
Não há limite para o roubo,
Não há prisão para o patrão

A sua mala carrega o luxo,
ceroulas carregam dólares,
Notas frias  foram lavadas,
Esvaziando meu bucho.

Não há aterro para tanto lixo
Que se produz num quadriênio
Não sobra povo para tantos vermes
Que se alimentam do seu suor

Escravidão e feudalismo
Ainda são a melhores rendas
Hoje chamam de emendas
O tronco com amparo legal

(Val Mello)






Releitura de alguns versos da música "peixes" de Julyano Ode.

quarta-feira, 8 de maio de 2019

MEUS IMPOSTOS, POR UM WHISKY VERDADEIRO

Meu imposto está em dias
Minha carteira está vazia
E minha alma até implora
Por direito a ter direito
A prazer  e boemia.
Hoje só queria uma companhia

Paro num bar ouço um blues
Lavo  a garganta com Whisky
Beijo  alguém que ali me olha
Querendo saciar do meu cio.
Mas me sinto um imbecil,
Gastando o que não tenho.
Eu reclamo do sistema
E só vejo  o  'venha a nós'.
Me emputeço com as pessoas
Que tudo aceitam numa boa,
Que justificam novas cagadas
Com as velhas trapalhadas,
Encubadas ,
Delatadas
Por prisões domiciliar trocadas.

Acho  que vou  me embriagar
Tirar um som da guitarra
No meu quarto sombrio
No  meu escuro preenchido de vazio
Depois... um sono sutil.
Já são seis da manha.
Acordo na puta ressaca
Da falsificação barata
Do Whisky que tinha gosto de cachaça.

É inverno  e está frio
Mas é hora do desfio
Trabalhar  pra parlamento sustentar
Trabalhar  para lamento.
O mês logo se finda
Há impostos pra pagar 

(Val Mello)

TODA MÃE É POEMA!

A imagem pode conter: 1 pessoa, sorrindo, flor
Eu  queria fazer  o  melhor poema
Com esta palavra pequena
Que embelezasse essa flor,
Que explicasse sua compreensão
Que se traduz em amor
Que revelasse a magia
De uma mãe por sua cria
Este ser que traz na alma
O significado da Calma
E o alívio da agonia

Eu  queria fazer  o  melhor poema
Sobre este este anjo que cuida de mim
Que não importa a minha idade
Serei criança até o fim
Eita anjo  mais que fiel
Batizado só com três letras
Nome doce feito mel.
Deve ser traquinagem divina
Explicando que Mãe
É do tamanho de céu.

Eu  queria fazer  o  melhor poema
explicando seu poder
De sem diploma , ser doutora
Ser professora sem saber ler
De ser criança pra agradar
Se eu tiver com quem brincar
É curandeira e adivinha
Parece ler pensamentos
E se ver o filho chorar
O seu colo é o firmamento.

Eu  queria fazer  o  melhor poema
Pra explicar com destreza
Com quem parece esta criação
Protege a cria feito onça
É mais forte que um leão
enxerga como uma águia
Fareja feito um cão
É sensível como as borboletas
Que se metamorfoseiam
Mas faz no filho a transformação.

A sua , eu não sei
Mas minha mãe era mágica
Curava joelho ralado
Com sopro, carinho
E beijinho demorado
E hoje eu crescidinha sei,
Ela é magica com certeza
Cura as dores da alma
As solidões e os traumas
As frustrações e tristezas.

Mae, só queria escrever o melhor dos meus poemas
dedica-los a ti
Explicar tua sabedoria
A tua arte em dividir
Tua capacidade de somar
E de  dor diminuir
Até atriz você é
Interpreta e sabe fingir
Pra não ver seu filhote
Preocupado, ou sem sorrir

É terapeuta da vida
É militante, é exemplo de resistir
Nos transforma em estrela
Antes de um dia partir
Eu sei que não consegui compô
O melhor poema de amor
Que traduzisse o que sinto
Aqui dentro do peito
Apenas, aprendi dizer
Que mãe, é a palavra mais doce
E que seu amor é mais que perfeito

(Val Mello)


Poema dedicado a minha mãe Maria da Guia.

















terça-feira, 7 de maio de 2019

BRINCANDO DE CORDEL 1: O Sorriso




O sorriso é a linda curva
que nunca dói encurvar
É a cura de muitos males
É a gratidão no  olhar
É  a palavra perfeita
Quando  a boca não pode
Ou então não quer falar

Eu sorrindo  digo  sim
É um OK a qualquer um
Um sorriso cura mágoa
Um sentimento  igual a nenhum
É a concordância do incerto
Riso frouxo, riso aberto
Riso tímido ou  riso comum

Eu sorrindo digo  sim
E encerro de vez qualquer briga
Esteja de mal o casal
Esteja de mal com amiga
Eu sorrindo digo  sim
E fecho de vez a ferida

A medicina ensina
Que rir é o melhor remédio
Seja de si ou  do outro
Seja do humor ou  do  tédio
Sorria que a vida é criança
Entre de vez nessa dança
Se jogue, é um privilégio.

Quando  o mundo acarrancar
Quando  mal humor persistir
Dê ao mundo  o  lhe falta
Ensine o  outro  a sorrir
Pois quanto  mais sorrido dado
é mais amor aumentado
É menos fardo  em ti.

Lembre de quem gargalha
E tente gargalhar também
Ria alto, com vontade
Isso não mata ninguém
Vão até achar engraçado
Você rindo feito louco
Irão rir de você
E isso cresce aos poucos
O riso vai virar corrente
E você curará os doentes
Presos no  silêncio rouco

O sorriso  é tão genial
Que marca qualquer lembrança
Pois dos tempos da meninice
La dos  tempo de criança
É o sorriso que guardamos
Do paquera, do amigo,
Ou do  ente que nos deixou
Só registramos essa curva
Cheia de dentes e nada turva
O sorriso na memória é que ficou


Eu  sorrindo  digo  sim
e vivo  em harmonia
Pois mau humor e cara feia
Deixam a vida vazia
Eu  sorrindo digo sim
E hoje  e sempre quero  pra mim
Teu sorriso de companhia

(Val   Mello)




sexta-feira, 12 de abril de 2019

MEU SALTO É MEU REPOUSO.


A imagem pode conter: uma ou mais pessoas e sapatos

Os dias parecem intermináveis ,
Mas as horas parecem insuficientes.

O cansaço me cobre o corpo 
O suor escorre no rosto
O stress fervilha na mente.
A maquiagem vira o escudo
Das noites que passo em claro.
O batom é o para-raios
Que enfeita o sorriso largo,
De quem pouco descansou
As meias sempre tão sex
Se faz de segunda pele.
Um hábito para cobrir.
Um corpo preste a cair,
No dito julgar social
Cansada sempre desfilo,
feito pluma em ventania.
A vida me desafia,
Mas faço dela meu palco.
Entre batalhas perdas e ganhos
Encontro o repouso estranho
Em cima dos saltos altos.

(Val Mello)

sexta-feira, 5 de abril de 2019

CUIDADO COM ELA

Imagem relacionada


Cuidado com ela,
Aquela que é livre 
E que se ama
Que usa salto alto
Que desfila feito dama,
Mas que da chave de coxa,
E não é qualquer um trouxa
Que repousa em sua cama

Cuidado com ela
Que nunca quis ser Cinderela,
Nem casar com seu amado.
Ela prefere um amante,
Que lhe faça suar bastante,
Mas só  quando  for chamado

Cuidado com ela,

"Que se metamorfoseia
As vezes vira Hera
As vezes é  sereia"

As vezes ela explode  
As vezes ela freia.
Quase sempre ela ama
Mas cuidado quando ela odeia

Cuidado com ela
que te pariu.
E quando retornares a portinha
Igual a de onde você saiu
Faz um favor pra você
Vá com calma e seja gentil

Pois a racha
Que te encaixa
Tem vontade própria
Não seja mais um que se acha
Pois a cobra da tua carne
Troca-se pela de borracha.

Posso buscar no  Tinder
Ou em qualquer esquina
Então trate bem minha menina
Pois se é dona da cobra
Eu sou  a própria serpente
Se tocar a flauta direitinho
Subo e desço com carinho
Livre solta e saliente

 pra ficar bem lembrado
Tenha cuidado com ela
Que geme sem ter vontade.
Mas se tiver atenção 
O gemido vira verdade
E o coração lateja entre pernas,
O nome disso é tesão. 
Aproveitem enquanto dura
Mulher livre não é loucura
Se deixe invadir e invada
Encare essa  aventura.
Acione devagar o  botão,
Ame a fêmea que se ama
Pois só  de pensar nesta dama
Uhuuu
Já me bateu um calorão.

Val Mello

(Algumas frases entre aspas do poema, são baseados em em um texto Elisa Lucinda  "Aviso da Lua que menstrua)

quarta-feira, 27 de março de 2019

NUDES DA ALMA


Sem Mac ou batom vermelho ,
Cara limpa  e alma solta,
Me sobra tempo e lembranças.
Talvez algumas cervejas,
ou alguns goles de vodka,
Com um cigarro sem marca,
Me faça viajar no tempo,
Tentando o tempo parar,
Na busca do esquecimento
De um  presente a virar passado,
Na vida que segue seguida.
E ja que vida é  uma poesia.
Sempre valerá apena.
A dor que me explode hoje,
Amanhã será  um poema.

(
Val Mello)

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

LUZ, CÂMERA, AÇÃO!

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FOTO: Eduardo Reis

















Vejo a vida como um cinema
E para não perder o poema
Cada um reflete a luz que tem.
Sob holofotes ou maquiagens
Ou em bastidores de vida verdades
Todos atuam com o texto que convém
Cada sorriso estampado
Cada palpitação que me vêm
Cada choro derramado
São emoções que refletem meu além
E se nas telas virares estrela
Se obrigue na vida ser constelação
Faça do seu feixe de luz própria
O facho de luz da sua missão.

Val Mello

CAFÉ

Resultado de imagem para CAFÉ COM POESIA
foto: www.jornalfato.com.br/cultura/cafe-com-poesia



 
Amores da minha vida. 
Café para  acalmar-me
E para evitar irritação.
Café de manhã,
de tarde de noite, 
Antes do porre E pra evitá-lo ,
Depois do porre, para curá-lo.
Café pra tirar meu sono 
E até antes de dormir.
Café com o amigo,
Café com desconhecido
Quer me ver feliz me chama para um café
Quer que eu me sinta amada
paga meu café
Resumo do meu dia como é?
- Inteiro movido a café


(Val Mello)


FÊMEA

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Entre a doçura e acidez
Entre a loucura e a razão
Entre o que eu quero e que quereis
Sou teu pecado e salvação
Entre eu olhar e ser bem vista
Há tantas regras pra eu seguir
Entre o desejo e a conquista
São tão calos a me punir.
Entre minhas vestes e minha nudez
há tantos contos e mil tabus
Entre meu grito ou timidez
Sobram feridas aos urubus
Entre meus lábios sempre molhados
Em meu olhar ja penetrante
Me mostra culpa como pecado
Desfaz em mim o meu gigante
Meu peito sangra, por repressão
Me faço em partes, pra nao cair
Desço ao inferno da opressão
E me remonto pra ressurgir
Porque meu ouro, é Minha beleza
Mas minha atitude é diamante
Não quero posto de uma princesa
Mas ser rainha dentre as amantes
Entre soluços, eu me recrio
Refaço a vida como ela é
Sou carne forte, sou ser no cio
Sou luz da vida, eu sou MULHER.

ASAS...

Não sei pq, mas hoje acordei diferente. 
Sem batom vermelho de Sempre, 
Sem filtro sem maquiagem...
Apenas munida de uma nova vontade,
Vestida desse manto que brilha 
Chamado LIBERDADE !!!

PSEUDO SALVADOR






Basta um pouco de poder
E um punhado vaidade
Basta que peçam desculpas
Basta ter a afinidade
Basta que suba de cargo
Pra esquecer dignidade.

Em gesto frios e macabros
Em nome da honestidade
Vemos surgir as verdades
De um pseudos lutador
Moralistas e cauteloso ,
Com canudo de doutor

O falso juiz salvador
esquece seu juramento
Basta dinheiro e a amizade
sem menor constrangimento
Assume cumplicidade.
e dos leões, se faz jumento


só Basta que o ilegal
Pertença a sua panela
Ponderará o imoral
Evitando parar em cela
Sela somente ao povo
entregue às esparrelas

homens em sua defesa
O gado que nada ver
diria: equino prendado
páreos do desconhecer
Sendo sempre o perdedor
Pastando até morrer.
 
Não basta mudar de ideia
mudar as regras do jogo
Já que é fácil enganar
Pra que se explicar de novo
Trata povo como asno
e mente ser sangue novo

ha prazer no seu deboche
Não há minuto de engasgo
Pra proteger os fantoches
A toga que engana os fracos
lustrosa e juramentada
É mesma a guarda os fortes.

Camisa Verde amarela
da pátria armada  ferida
 verdades de currutelas
Põe-se povo contra  artista
agoniza o progresso
na pátria separatista 


(Val Mello)



FORÇA DAS MATAS

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Carrego n'alma
a força dos ventos
O cio do pensamento 
E a firmeza da terra

Me entrego a vida
Como os rios ao mar
Me fortaleço nas matas
E me recarrego ao sol

Repouso como animais
Em camas feitas de folhas
Em rizomas me confundo
Refaço meu novo mundo
Reorganizo as escolhas.

Sob um céu de sol ou luar
Recrio a fonte de viver
Ativo as energias
Dos deuses da natureza
Me faço morada de deusa
Me recrio um novo Ser.


(Val Mello)

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

PIPA

Foto: Aquivo de Internet

 PENSAMENTO  intenso
 nos homens se que se dissipam
Que neste momento  você  se entregue
Aos desejos que em ti existem
E se o mundo os vê profanos
mande beijinhos para os humanos

E voe feito pipa pelo céu
Dando asas ao ser poder
E com a mente em paraquedas
Aberto para pensar.

Vire pipa e olhe mar
pois tudo que está entre vocês
É vento
Basta seguir sua direção
VÁ!!!!

(Val Mello )



" Eu nunca soube o que eu queria ser
 a única  certeza que sempre tive, é  que a LIBERDADE de ser e de pensar
 é  o melhor corrente carcerária de se viver."