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segunda-feira, 15 de junho de 2020

AMAR É CORAGEM

🕉🕉🕉🕉🕉
Queria empestado um punhado  do que fui
entregar sem sofrer as palavras que engoli
digerir frases duras sem fazer doer as vísceras
aceitar os silêncios sem sofrer um só  instante.

A carne  chora
sem dizer ao marchante
onde dói.

Se apanhasse emprestado um punhado do que fui,
a luta seria mais branda
a rudeza mais presente
os sentimentos escondidos
O sofrer mais camuflado
Mas perderia a chance de me ver amando outra vez.

Val Mello

SEMBLANTES


SEMBLANTES
💋
Sob  alvo da alma flechada,
semblante abatido
em tiro de silêncio 
ou socos de distância.

A boca tenra, guarda segredos,
 pupilas dilatadas
versam sem nada dizer,
nos espelhos do profano.

A obscena ligação 
da história a ser cumprida
contra o ferrão da inveja
resistente à estrada da vida.

o tempo  preterido,
hoje é  o mais  esperado,
e cada minuto é  sagrado
dentro do solo perdido nas eras.

Val Mello

segunda-feira, 8 de junho de 2020

PRATA RARA


PRATA RARA

Vi a prata sobre Vênus
copulando em céu  escuro.
Enquanto todos dormiam
ou por decreto sumiam
ela furava a quarentena
do alto fazia cena 
orgias de exibição.

Divina deusa dos mitos
Espiã dos forajidos
amiga dos enamorados
Quisera talvez  ao meu lado
Aquele que viste tocar-me

Astro dito iluminado
de luminosa vigília na Terra
Teu nome que enfeita rimas
Se faz sagrada aos poetas

Testemunha  dos beijos às ruas
Tão pura,
desperta o amor nos mortais.
Tão minha e de todos,
sagrada e profana
Segredos entregues ao brilho lunar

O sono me cobre,
com a paz que eu mereço
Da prata sem preço eu guardo em sigilo
desejos de Vênus e  lembranças de outrora
Paixões de agora, ou paixão  secular.

Val Mello.


sexta-feira, 5 de junho de 2020

ELA ANDA PELO MUNDO, EU SÓ A OBSERVO

ELA ANDA PELO MUNDO, EU SÓ A OBSERVO

de calcanho em calcanho
corri mundos nas  aquarelas
e nadei nas águas salgadas 
das rasas  fendas da face.

 hoje, presa à telas modernas
travo as botas e ouço  os tons
atenta a  entender brados de Calcanhotto.
fecho  janelas  da alma 
avisto cores em mim.

tantas vezes me ceguei
em  beligerantes dias
agora, sem discordar das chuvas
a  levarem e a  lavarem rotas 
repouso no trono dos pensamentos.

Afinal, não cheguei até aqui
 para perder o instante
em que o arco-íris pintará o céu

Val Mello