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sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

ESTÍMULOS



 Preciso falar do desejo criado

assumir o crime,

transgredir a razão 

violentar o medo de 

ouvir teu não

e sentir, nem que seja uma vez

face a face, 

 o calor da tua tez


Derreto-me com palavras 

sob o ímpeto clandestino de 

tocar a pele flamejante

de  brancura  jubilosa

e entorpecente 


Acordado,  

pelejo a  esconder 

o secreto delito da tentação.


VAL MELLO 🌵 

ANOREX(C)IA



ANOREX(C)IA


Em um futuro
dentro do atraso
vivo o presente
raso e carente
a sucumbir
mazela e dor

O bucho carpido
esmiúça fomes
além de pão

Nas trincheiras
luto por guerras
de despropósitos

Por contingências
nasci sem rumo
fadado a sonhos
e a ouvir promessas

Pobreza rica
de solo fértil
riqueza pobre
de divisão


Sobra o fastio
para ciranda
de tantos nãos


De sobremesa
e em cortesia
viro pó e Cia.

terça-feira, 24 de outubro de 2023

RESENHA DO LIVRO A SÍNTESE DO GRITO

 


POESIA MINIMALISTA DE VAL MELLO

Por Rivane Oliveira*


Autora: Val Mello

Editora: Ventura

Páginas: 105

Gênero: Poemas

Ano: 2023


“A síntese do grito”, da escritora Val Mello, é um livro com aforismos que apresenta reflexões filosóficas. Com grande propriedade, a autora faz uma junção entre Literatura e Filosofia de forma criativa, isso porque os poemas são sintetizados de tal maneira que podem ser lidos em segundos, já que utiliza o minimalismo poético, no entanto promove ao leitor uma vasta reflexão que só é possível ser feita por meio do contato com a produção.


Ao ler a obra, podemos constatar o que Laura Esteves afirma, logo na orelha do livro, que “as sentenças filosóficas e poéticas da autora nos levam a refletir sobre a humanidade, o cotidiano e a nossa trajetória de vida”, como em “Som”, p.16, “De todos os ruídos em mim, / meu silêncio é o que grita mais alto.”. Ou ainda em “Loteria”, p.84, “Tenho a sorte de ser tão sertão...”, ao se mostrar e se sentir plena em uma riqueza jamais subtraída. É perceptível o que Lili Balonecker aponta, logo no prefácio, ao caracterizar os versos como “sabedorias emolduradas na eloquência da sucintez”, e afirma ainda “que é preciso ir além das obviedades, ultrapassar limites impostos e realizar lindos voos por meio da criação.”


Adentramos, agora, em uma breve análise de alguns trechos do referido livro. Nele, é comprovada a apreciação das características literárias mencionadas acima, conforme o leitor perceberá ao longo da leitura. A autora utiliza recursos, como é o caso de algumas figuras de linguagens, por exemplo, a personificação presente em “(...) o travesseiro fala, enquanto a madrugada / domina cada lembrança.”, p.21, e a metáfora em “Saudade é mesmo despertador”, p. 48, ou ainda jogos de palavras, como em “Superação”, p.27, “Lia leu a lei. / Largou o Leo, / que a mantivera ao léu.”, em “Ressaca”, p. 47, “Ontem tudo eram planos quentes, / hoje são panos frios / e lençóis vazios.”, e em “P{R}O{F}E{T}AS”, p. 29, “Nos profetas, / além da fé, / moram os poetas.”


Entre as diversas sensações que o livro proporciona, a escritora expõe os gritos que milhares de nós guardamos em cada instante de nossas vidas. Dizer muito em poucas palavras torna-se ainda mais possível por meio dos versos de Val Mello. Em nota, a autora recorre ao termo “verborragia” ao fazer uma crítica sobre os tempos efêmeros da sociedade contemporânea, é notória, portanto, uma obrigatoriedade do mundo tecnológico que nos impõe saber muito em menos tempo. Outra observação possível de ser feita está em “Consoantes”, p.15, em que é contemplada a geração atual: “Sinto-me leiga na pós-geração Z, / no resumo de uma linha, / consoantes e carinhas / ditam o relatório.”, há, dessa forma, um choque de gerações representado pela forma como utilizamos a escrita e transmitimos a comunicação.


Assim, a palavra minimalista ganha espaço e a poesia se utiliza dela para expressar suscintamente uma mudança no pensar. Em “Borboletas”, p. 100, nos deparamos com o trocadilho: “Descobri a liberdade / de viver em meu casulo.”. Já em “Metamorfose”, p.28, tem-se um convite para o desbravar do eu poético:


A multidão que habita em mim

te convida para o meu hoje.

Amanhã pode ser tarde,

Amanhã pode ser outra.


Outra reflexão a ser feita é que em tempos amargos e desesperançosos é comum não haver uma tensão e zelo para o encantamento que a poesia proporciona. Em “A síntese do grito”, há uma destreza ao mostrar a função do poema como válvula de escape para situações menos leves, como em “Atitude”, p. 22:


Poemizar a vida

é a forma mais sã de enlouquecer

e a maneira mais louca de se manter sã.


O fazer poético chama atenção nos versos em que há a valorização do poeta como em “Agricultor”, p. 39, “Se ler é alimento às almas, / o escritor deve ser terreno fértil.”, ou em “Balé”, p. 40, “O silêncio do mundo precisa / das canetas. / Escreva!”.


A obra direciona o leitor para um pensar mais analítico sobre muitas situações que eu, você e o outro vive, como em “Prece”, p. 69, “Que a ressaca de perder não resseque a vontade de tentar.”. Tudo isso une sensações dentro do minimalismo poético e visual e dentro também de uma construção imagética do texto, como observado em “Πr3i”, p.56:


QU3R0 NUM3R05

N45 M1NH45 L3TR45,

P4R4 C4LCUL4R 3 D35C0BR1R

0 V4L0R D3 UM4

0R4Ç40 1NT31R4.


Assim, não há como negar o profundo trabalho de Val Mello em seus versos notado pelo vocabulário bem trabalhado e que explora a semântica, dispondo de toda a intensidade, marca tão presente da autora em suas obras. Mais uma vez, comprava-se tal análise em “Estilo”, p. 42, no qual é ressaltado o acolhimento de si como o mais requintado estilo: “Não há moda mais perfeita / que aquela adquirida na grife da aceitação.”. Já em “Fases”, p.32, também deixa-se perceber o que foi mencionado, pois temos uma fuga por traz volubilidade humana:


Mudar é condição humana

para não enlouquecer,

nem pecado nem salvação,

só sobrevivência e fuga.


Em “Vácuo”, p. 100, encontramos outro recurso muito bem explorado: a metalinguagem. A autora usa a linguagem para explicar a si mesma quando diz: "A distância entre os homens não é/ espaço entre dois pontos, mas sim o / silêncio entre os espaços."


Diante de uma observação encantada da obra, fica claro o belo trabalho de Val Mello, haja vista que a produção da autora vai além da síntese em seu sentido literal, pois que sintetiza apenas a palavra, mas alcança o mais profundo pensar em nós. A força da palavra reverbera de tal forma que a escritora declara a vantagem, por assim dizer, de fazer ir além o que sente não só o leitor, mas quem escreve também, como em “Declaração”, p. 64, “Exerço na citação o poder de atingir outrem / nem que seja o outro lado de mim.”. Portanto, que a síntese dos gritos de Val Mello atinja outros por meio de seus versos para que muitos soltem os gritos antes silenciados e que o nosso “eu multidão”, p. 12, seja encontrado em nossos tumultos. Que Val Mello continue gritando sua poesia.


*RIVANE MARIA OLIVEIRA SILVA é professora de Língua Portuguesa, revisora de textos e resenhista.

segunda-feira, 16 de outubro de 2023

TRANSPARÊNCIA

 



TRANSPARÊNCIA 


Se faltam as letras

me entrego nos traços 

No risco me enredo

rasuro o riscado


Na página em branco

derramo as sementes 

das dores que gemem

sem paz e sem cor 


Canetas em punho

não tecem palavras

Mas traçam minh'alma

no livro da vida

no beijo da morte

no berço da escrita 

na tez expressão 

exposta na tela.


Val Mello

sábado, 23 de setembro de 2023

NUANCES DO AMOR

 

NUANCES DO AMOR

 

gritos uníssonos,

prece ou clamor

entre elas e eles.

sobrevivem os elos.

 

Sem  regras sociais,

Punições ou segredos,

 sem grilos ou medos.

Sem freio ou pudor.

 


Sem hora exata 

ou perfeita,

Amando-se inteiro

Sem busca das metades

apenas dos 

transbordamentos.

 

sexta-feira, 16 de junho de 2023

LANÇAMENTO DIA 19 DE JUNHO 2023

Veja sobre a Síntese do Grito, o mais recente livro de Val Mello que será lançado no I RIO PSIU POÉTICO, que acontecerá de 16 a 22 de junho,  em varios pontos culturais do Rio de Janeiro.


Dia 19 de junho, lançamento do livro no Bar/ Restaurante Ernesto, 41- Lapa.
Leia abaixo sobre a roupagem de A SÍNTESE DO GRITO:
O mundo tecnológico nos obriga saber mais em pouco tempo e cada dia fica mais difícil dizer muito com poucas palavras sem perder a atenção do leitor. Por isso, A Síntese do Grito é a laboração de um projeto pensado para os dias fugazes em que transita a humanidade. O livro inteiro, a partir da sua capa, tem a finalidade de arrancar espantos, cheiros, percepções, saudades, raciocínio lógico, sensações adversas e acima de tudo uma reflexão de quem somos, onde estamos, o que ocultamos e em que painel aforístico nos revelamos. É uma linguagem trabalhada com o minimalismo poético e visual, exemplificando que nos discursos mais prolixos moram os gritos mais sintéticos.

 S

EGUE A PROGRAMAÇÃO COMPLETA:
18:00 – Abertura oficial
Lançamentos:
Coisas e não coisas - Joaquim Celso Freire
Caderno Azul - Rogui Alec
Sarau artístico:
Grupo Tá na Rua, Coletivo Ratos Di Versos, Grupo Bota Abaixo, Aroldo Pereira, Charlene França, Antônio Galvão, Bruno Black, Delayne Brasil, Renilson Durães, Jorge Amâncio, D. Quispe, Luís Lucena e mais poetas
Encerramento musical:
Geovane Sassá
Cobertura Fotográfica por Jovens do Ponto de Cultura Fazendo a Diferença em Paquetá (Professora Cecilia Fonseca, Betina Fonseca, Helena Gerard, Hygor Teixeira, Kauê Rodrigues, Lara Galante)
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17 DE JUNHO – SÁBADO – 11 às 13h
Monumento a Carlos Drummond de Andrade
Av. Atlântica, s/n – Posto 6 – Copacabana
11:00 - Sarau Artístico
Eduardo Tornaghi, Brenda Marques Pena, Celi Luz, Gilberto D’Alma, Raquel Oliveira, Severino Honorato, Artur Gomes, Dei Ribas, Luís Lucena, Víctor Marques, Helem Mendes, Ricardo Vieira Lima, Rafael Fernandes Carvalho, Jorge Amâncio, Jurema Araújo, Delayne Brasil, Renilson Durães, Buda Borges, Nélio Torres, Noélia Ribeiro, Nara Fontes, Catiane D’Aura e mais poetas.
Gringo Carioca - Vozes & Visões
Victor Colonna - Antes que eu me esqueça
18 às 21:00
CCJF – Centro Cultural da Justiça Federal - Gal. do 2º andar
Av. Rio Branco, 241 – Centro
Performações:
Fernando Gerheim, Gringo Carioca, Igor Fagundes, Lili Balonecker, Brenda Marques Pena
Lançamento:
Nós da Poesia (Vol. – Coletivo Nós da Poesia – Brenda Marques Pena (org.)
Sarau Bendita Poesia no I Rio Psiu Poético:
Ana Regina Seixas, Amalri Nascimento, Artur Gomes, Bianca Guzzo, Belle Loivos, Buda Borges, Cesar Augusto de Carvalho, Clécia Oliveira, Déborah Rosa, Delayne Brasil, Eliana Calixto, Gilberto D’Alma, Igor Calazans, Jammy Said, João Diniz, José Henrique Calazans, Juçara Valverde, Lucília Dowslley, Luis Turiba, Luiz Otávio Oliani, Marcela Giannini, Márcia Schweizer, Mano Melo, Maria do Carmo Bomfim, Nara Fontes, Noélia Ribeiro, Rose Araújo, Rubermária Sperandio, Sady Bianchin, Tanussi Cardoso, Telma da Costa, Val Mello, Vanessa Angelo.
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18/06 – DOMINGO – 15 às 17:30
Dunas do Barato (Dunas da Gal)
Praia do Arpoador (em frente à R. Teixeira de Melo) – Ipanema
Sarau Artístico em Homenagem ao poeta Waly Salomão
Antônio Galvão, Aroldo Pereira, Tchello d’Barros, Brenda Marques Pena, Bruno Black, Gilberto D’Alma, Gringo Carioca, Joaquim Celso Freire, D. Quispe, Nara Fontes, Noélia Ribeiro, Jorge Amâncio, Dei Ribas, Artur Gomes, Severino Honorato, Renilson Durães, Sidnéia Simões, Nélio Torres, Celi Luz, Lila Maia, Vítor Colonna, Catiane D’Aura e mais poetas
Andréa Oliveira - Um olhar pela fechadura (performance)
Grupo de Teatro Bota Abaixo – Pássaro Selvagem (esquete)
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19/06 – SEGUNDA
Bar Ernesto (Apoio APPERJ) - Rua da Lapa, 41 – Centro
17:00 às 21:30
17:00 Lançamentos:
Revista Bric-a-Brac – Luiz Turiba (org.)
Coletânea KosmosKontos /KosmoPoemas – César Manzolillo (org.)
Assim Não Vale - Noélia Ribeiro
Quando Vida Poesia - Rose Araújo
Sarau artístico
Maria do Carmo Bonfim, Jorge Ventura, Antônio Cícero, Antonio Carlos Secchin, Sérgio Gerônimo Delgado , Mozart Carvalho, Éle Semog, Delayne Brasil, Jurema Araújo, Jorge Amâncio, Tanussi Cardoso, André Valia, Noélia Ribeiro, Rômulo Garcias, Mano Melo, Hélio de Assis, Salgado Maranhão, Anelito de Oliveira, Regina Pouchain, Claudia Luna, Sílvio Ribeiro de Castro, Rubermaria Sperandio, Cláudia Manzolillo, Val Mello, Marcela Gianinni, Sady Bianchin, Sonia Maria Mazzei, Luna Magalhãess, Clécia Oliveira, Amalri Nascimento, Karla Julia
Lançamentos:
Pandemônio: Diário da Quarentena de um Sobrevivente à COVID-19 – Luiz Otávio Oliani
A síntese do grito – Val Mello
Poesias interpretadas - Buda Borges
Haikus em Preto e Branco – Jorge Amâncio
Aos pés de São Francisco / Obituário- Ednize Judite
Apresentação musical:
Nélio Torres
Fabrício Fortes e Ana Neves - Minha MPB morde : musica e aforismos desaforados
Sarau Artístico:
Paulo Sabino, Tavinho Paes, Nuno Rau, Aroldo Pereira , Juvenal Filho, Artur Gomes, Xico Chaves, Dei Ribas, Anna Maria Fernandez, Rosani Abu Adal, Pilar Domingo, Bené Fonteles, José Henrique Calazans, Marcos Vital, Luiz Otávio Oliani, Ana Lúcia Gosling, Renilson Durães, Buda Borges, Lígia Feijó, Marisa Vieira, Igor Fagundes, Eluciana Íris, Ricardo Vieira Lima, Carlos Fernando Cruz
Suzana Vargas – Quase decálogo
Cobertura Fotográfica por Jovens do Ponto de Cultura Fazendo a Diferença em Paquetá (Professora Cecilia Fonseca, Betina Fonseca, Helena Gerard, Hygor Teixeira, Kauê Rodrigues, Lara Galante)
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20 DE JUNHO- TERÇA
FACHA – Faculdades Integradas Hélio Alonso R. Muniz e Barreto, 51 - Botafogo
18 às 21:30
18:00 Mostra de videopoemas
Lançamentos:
Pulsares - Paulo Roberto Tiecher
A número um - Raquel Oliveira
Impronunciável - Charlene França
Vozes Femininas - Carla Cíntia Conteiro
Flor de silêncios - Sidneia Simões
Pedras deslizantes - Angeli Rose
Tudo o que ficou para trás. Tudo que virá pela frente... - Lourdes Brazil
Perspectivas, ilusões e contentamentos - Juliana Berlim
Sarau artístico
Lila Maia, Bruno Black, Celi Luz, Tchello d’Barros, Aline Chagas, Lindacy Menezes, Ricardo Vieira Lima, Severino Honorato, Marcela Giannini, Sady Bianchin, Edmilson Santini, Gringo Carioca, Delayne Brasil, Noélia Ribeiro, Renilson Durães, D. Quispe, Buda Borges, Nara Fontes, Igor Calazans , Sérgio Gramático Jr, Jorge Piro, Bayard Tonelli, Lili Balonecker, Lalinha, Karla Julia e mais poetas.
Víctor Colonna - Antes que eu me esqueça
Carla Cíntia Conteiro - Vozes Femininas
Alexandre Andrei – Poesia sem herói
Carlos Fernando Cruz – Poesia e rap
Encerramento musical:
Angela Wains
Nélio Torres
Lalinha
Fabrício Fortes e Ana Neves - Minha MPB morde : musica e aforismos desaforados
Cobertura Fotográfica por Jovens do Ponto de Cultura Fazendo a Diferença em Paquetá (Professora Cecilia Fonseca, Betina Fonseca, Helena Gerard, Hygor Teixeira, Kauê Rodrigues, Lara Galante)
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21/06 – QUARTA
ABL – Academia Brasileira de Letras - Av. Presidente Wilson, 203 – Castelo
17:00 às 19:00
17h – Abertura:
Exibição de vídeo - Psiu Poético Rumo aos 40: uma história de amor e lutas
Sarau artístico
Carlos Nejar – Memórias Poéticas no Sertão Roseano/9 Psiu Poético
Joílson Pinheiro, Dei Ribas, Marina Couto, Alberto Pessoa, Eluciana Íris, Tchello d’Barros, Noélia Ribeiro, Luís Turiba, Artur Gomes, Mano Melo, Luís Salvador, Marcos Vital, Ricardo Vieira Lima, Jorge Ventura, Wagner Rocha, Lindacy Menezes, Aline Chagas, Marcela Giannini, Sady Bianchin, Marisa Vieira, Mozart Carvalho, Sérgio Gerônimo
Parangolares em chamas – Aroldo Pereira
Pterodata Suíte, aforismos experimentais - João Diniz
Encerramento musical:
Pelos caminhos de Minas -Élcio Lucas
Nélio Torres
Banda Flores de Plástico
Cobertura Fotográfica por Jovens do Ponto de Cultura Fazendo a Diferença em Paquetá (Professora Cecilia Fonseca, Betina Fonseca, Helena Gerard, Hygor Teixeira, Kauê Rodrigues, Lara Galante)
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22/06 - QUINTA-FEIRA
CIEP 303 Ayrton Senna da Silva
Autoestrada Lagoa-Barra (Fernando Mac Dowell), 15 - São Conrado
10 às 12h
Poesia Circular – Poetas estudantes & poetas visitantes
10:00 - Lançamentos:
Pensamentos, despensamentos e etc - Márcia Ribeiro Joviano
Reminiscências: Contos da minha existência - Nelson Jesus do Nascimento
Perspectivas, ilusões e contentamentos- Juliana Berlim
Livros das linhas e Futurografia – João Diniz
Sarau artístico :
Aline Chagas, Lindacy Menezes, Bruno Black, Edmilson Santini, Severino Honorato, Sidneia Simões, Cristiana Rodrigues, poetas e artistas da escola e da comunidade da Rocinha, Luiz Lucena (poesia e rap)
Encerramento musical:
Leandra Nel
Biblioteca Parque da Rocinha – C4
Estrada da Gávea, 454 – Rocinha
18 às 21:30
18:00 - Abertura
Visita guiada
Apresentação dos poetas visitantes
Café poético
Sarau artístico (anfiteatro)
Aroldo Pereira, Rose Araújo, João Diniz, Bruno Black, Sidnéia Simões, Nara Fontes, Dei Ribas, Víctor Marques, Lindacy Menezes, Aline Chagas, Joílson Pinheiro, Vítor Mendes, Raquel Oliveira, Creuza Barbosa (Jal Amorim), Cristina Andrade, Dhessica Jones, Mariana Valle, Raquel Oliveira.
Poetas do Sarau Letras da Favela
Eurídice Hespanhol (UBE Rio) & convidados
Cia. Vou Ali e Já Volto – Dione Prado (Monólogo)
Bando Cultural Favelados – Festas Juninas (Coletivo)
Grupo Bota Abaixo – Pássaro Selvagem (esquete)
Coordenação Geral : Poeta Aroldo Pereira

quinta-feira, 15 de junho de 2023

TRIBUTO A TORQUATO NETO

 



Às vezes me desalinho nas cisões do mundo e em cada anoitecer, dentro de  mim não cabe o que fui durante o dia. Toda manhã nasço grande, abraçando o planeta e disposta a dominar o universo e quando o sol se põe, volto pra casa com minha menção honrosa por ter travado a batalha diária comigo, mas sem pódio nem troféu 🏆 . Ainda não consegui dominar o perverso em mim, mas já mudei um verso da oração que usarei amanhã no meu escudo. Dominar meu eu talvez seja um começo de transgressão. 

(V.Mll)


COGITO

eu sou como eu sou

pronome

pessoal intransferível

do homem que iniciei

na medida do impossível

eu sou como eu sou

agora

sem grandes segredos dantes

sem novos secretos dentes

nesta hora

eu sou como eu sou

presente

desferrolhado indecente

feito um pedaço de mim

eu sou como eu sou

vidente

e vivo tranquilamente

todas as horas do fim.


 (Torquato Neto)