OPHIDIA
Da presa que extermina,
Brota antídoto da cura.
Ainda encontro ternura
Na dualidade maldita.
Se um sibilar amedronta
O gigante que a despreza
Imagina, se a afrontas,
E faz valer sua empáfia
No torcer do seu rastejo
Paralisa quem a olha.
Sem precisão da visão,
Desfila esguia onde passa.
E em bifurcação lingual
Diz ao vemoronasal
O que há em sua estrada.
Rotulada e sem cortejo
Vive a vida envenenada ,
E aprumada em seu rastejo,
Ou recolhida a suas voltas
pode portar o último beijo
Ao gigante predador.
Val Mello
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