Colei um
poema narcísico
Nas têmporas
de minha vida
Passei achar belo o físico
Que o
espelho me mostrou
Desisti de
cortar os pulsos
Inventei um
novo impulso
E até colori
os cabelos
Recriei o nó
da gravata
Fiz dela um
laço e me embalei
Dei-me de
presente a mim.
Encontrei
com a liberdade
De nem
sempre dizer sim
Das definições
que ouvi
Nenhuma me
descreveu
Puta, facinha,
vagaba
Louca, oferecida,
devassa.
Mas quem não
conhece licença
Consentimento
e autorização.
Vai passear
pela dúvida
Reverberar o
achismo
Desmerecer o encantos
De quem ama,
quem sabe se amar.
Nestes
narcisos de idéia
Embriago-me
de certezas
Que eu posso
ganhar o mundo
Na briga pelos
espaços
Sou mais uma
nesta disputa
Invadida por
vontades
O que tu chamas
loucura
Eu me atrevo
e chamo de luta
Val Mello