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Mostrando postagens de setembro, 2019

MEUS NARCISOS

Colei um poema narcísico Nas têmporas de minha vida Passei  achar belo o físico Que o espelho me mostrou Desisti de cortar os pulsos Inventei um novo impulso E até colori os cabelos Recriei o nó da gravata Fiz dela um laço e me embalei Dei-me de presente a mim. Encontrei com a liberdade De nem sempre dizer sim Das definições que ouvi Nenhuma me descreveu Puta, facinha, vagaba Louca, oferecida, devassa. Mas quem não conhece licença Consentimento e autorização. Vai passear pela dúvida Reverberar o achismo Desmerecer  o encantos De quem ama, quem sabe se amar. Nestes narcisos de idéia Embriago-me de certezas Que eu posso ganhar o mundo Na briga pelos espaços Sou mais uma nesta disputa Invadida por vontades O que tu chamas loucura Eu me atrevo e chamo de luta Val  Mello

GUARDIÃ DOS VAZIOS

Carnes abertas e em cortes Muros barreiras e pontes sem suporte Calos cansando a alma Almas calando a morte Sonhos desassistidos Muito esforço e pouca sorte Retalhos de mil paixões Viagens sem um transporte Com certezas por um fio Mergulhei em correntezas Dos amores quem me afundaram E dos desejos inundados Vi este mar virar rio Sem topar os desafios De correr pra novos mares Por medo ou por receio Me guardo e me resguardo Em meus tanques vazios. Val Mello  

DITA DURA

Quanto tempo  dura , A ditadura da dita dura? Se não o tempo de matar de prazer ou  morrer de tesão pelo caminho Se não o tempo  de amolecer num ninho Onde a bendita é mal dita quando não dura dura.

UM ACHADO

Fiz um assalto a dedos armados Me roubei ouros de prazer E diamantes de desejos Não furtei minha vontade E em lasciva invasão em mim Vibrei, entre uivos e tremores Com volúpias e despudores Deixei escorrer entre pernas Líquidos viscosos e escondidos Em tatos descobrir contatos E o prazer de estar comigo Nem as andanças  Das madrugadas surubais Nem a fugidinha com o amigo Nem o amante com seus calores animais Pulando a cerca No prazeroso perigo Não foram capazes  De decodificar meus códigos Como fizeram minhas digitais Que caminha desde o umbigo Me fazendo chegar ao céu E nos tesouros do meu mel Encontrei em meu abrigo Conforto pra relaxar Onde tu ainda perdido Esmola  pra penetrar.

CIOS.

Escondida numa razão  que desobedecem meus instintos Aqueles que libertam  Ao simples sussurro de tua voz Nem precisamos esta a sóis Ou debaixo dos lençóis Para que  líquidos quentes escorram Desejando afogar-se nos seus Acompanhada de sons autorais únicos, específicos, sensoriais Cada um com seu jeitinho Entre as manha e artimanhas Há sempre um que mais arranha E outro que geme mais. Libertinos em suas overdoses de ardores Desistindo da desardênciar Realizando-se sozinho Ou a dois ou a três Ou muitos de uma só vez Sem amarras racionais Feito tantos animais Dando adeus a tal razão Há suores que escorrem só no  furor do pensar Labaredas em genitálias Dispensam argumentação E só se apaga  tais incêndios Sob banhos mornos do cio .