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Acordei entre os lençóis vazios,
Cheirando a abraço quente.
No corpo, um intenso desejo,
Na mente, uma lembrança,
Na boca, o doce do beijo.
Não foi sonho, a lua viu.
E ela diminuia,
À medida que preenchia
Nossa paixão secular.
E não há mais testemunhas,
Apenas o vento e o tempo,
Tentando acertar os ponteiros
De um tempo muito distante
Que se chega transportado
Por música ou regressão.
Entre os lençóis vazios
Cheirando a nós, sem ter nos visto.
Grito para o infinito,
Que estamos do lado de dentro.
Em um mesmo pensamento.
Ligados pela eternidade.
(Val Mello)
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