Tem a ânsia do poder
Seja cultural,
por dominação ou por prazer
por dominação ou por prazer
Atropela as mais duras paredes
Sem para para pensar,
Que o mais fraco
poderá sequer sobreviver
poderá sequer sobreviver
Com o rabisco da rubrica
intensifica a dor
intensifica a dor
Finge mazelas desconhecer
O que sua concordância pode conter
Se refestela em cifrões
Ao adquirir a pujança
De coroar e de destronar.
De coroar e de destronar.
Se isenta do medo,
Brinda sob bajulações e segredos
Brinda sob bajulações e segredos
E a dor alheia não lhe abate.
E tudo que lhe importa
é mostrar soberania
E a vaidade de brincar de Deus
Por vários, e vários dias.
Notas frias lhe permite
Ir além do seu além
Muni-se de coragem
Abraça a crueldade
E na certeza da impunidade
Dá aos desvios seu amém
E na certeza da impunidade
Dá aos desvios seu amém
Quer ali permanecer.
Sem muito esforço fazer,
E os sabores do conforto.
A todo custo manter
A todo custo manter
A vaidade de comando e de veto
O artificio de mandar seguir ou de deter.
Tal domínio, só abandonará
Se para felicidade do povo
A morte lhe acometer
Se para felicidade do povo
A morte lhe acometer
O homem do poder
Cercado da certeza
De que nada lhe detêm
De que o trafico da influencia
é sua riqueza e seu maior bem,
é sua riqueza e seu maior bem,
Esconde e isenta
Os corruptos de outrora
Mas amigos de toda hora
E continuam jogando com o povo
E os fazendo refém
Os corruptos de outrora
Mas amigos de toda hora
E continuam jogando com o povo
E os fazendo refém
Se por descuido ou vaidades
Em pegadas mal camufladas
Os rastros virem a surgir
Se o calos forem rasgados
Com rastros de sangue marcado
É a hora que o homem chora
Mas não chora arrependido,
pelos passos mal dados
Mas porque clamor, lágrima e dor
São atos unem povos
Pois a lamentação comove
E um pedido de perdão
Proporciona ao pedinte
A imagem da bondade
De talvez bom cidadão
De talvez bom cidadão
O homem é fingidor
O do poder é melhor ator
Finge bem, para se dar bem
Finge na alegria e na dor,
Seja em Paris
Nas laranjeiras
No congresso ou na Papuda
No restaurante chic,
Ou comendo pastel de feira.
O homem no poder,
Finge bem , para se dar bem
Finge tão bem
Que quando quer ir além
Acha que só ele existe
Capricha no espetáculo
que o mundo inteiro assiste
que o mundo inteiro assiste
E esquece que o espectador é alguém
Que ainda resiste
(Val Mello)
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