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sexta-feira, 29 de junho de 2018

O HOMEM DO PODER...

O homem é carente é maldoso
Tem a ânsia do poder
Seja cultural,
 por dominação ou  por prazer
Atropela as mais duras paredes
Sem para para pensar, 
Que o  mais fraco
poderá sequer sobreviver

Com o rabisco da rubrica
intensifica a dor 
Finge mazelas desconhecer 
O que sua concordância pode conter

Se refestela em cifrões
Ao adquirir a pujança
De coroar  e de destronar.
Se isenta do medo,
Brinda sob bajulações e segredos 
E a dor alheia não lhe abate.

E tudo que lhe importa 
é mostrar soberania
E a vaidade de brincar de Deus
Por vários, e vários dias.

Notas frias lhe permite
Ir além do seu  além
Muni-se de coragem
Abraça a crueldade
E na certeza da impunidade
Dá aos desvios seu amém

Quer ali permanecer.
Sem muito esforço fazer,
E os sabores do conforto.
A todo custo manter

A vaidade de  comando  e de veto
O artificio de mandar seguir ou de deter.
Tal domínio, só abandonará
Se para felicidade do povo
A morte lhe acometer

O homem do poder
Cercado da certeza
De que nada lhe detêm
De que o trafico da influencia
é sua riqueza e seu maior bem,
Esconde e isenta
Os corruptos de outrora
Mas amigos de toda hora
E continuam jogando com o povo
E os fazendo refém

Se por descuido ou  vaidades
Em pegadas mal camufladas
Os rastros virem a surgir
Se o calos forem rasgados
Com rastros de sangue marcado
É a hora que o homem chora
Mas não  chora arrependido, 
pelos passos mal dados
Mas porque clamor, lágrima e dor
São atos  unem povos
Pois a lamentação comove
E um pedido de perdão 
Proporciona ao  pedinte
A imagem da bondade
De talvez bom cidadão

O homem é fingidor
O do  poder  é melhor ator
Finge bem, para se dar bem
Finge na alegria e na dor,
Seja em Paris
Nas laranjeiras
No congresso ou  na Papuda
No restaurante chic, 
Ou  comendo  pastel de feira.

O homem no poder,
Finge bem , para se dar bem
Finge tão bem
Que quando  quer  ir além
Acha que só ele existe
Capricha no  espetáculo
 que o  mundo inteiro assiste
E esquece que o  espectador é alguém
Que ainda resiste

(Val Mello)





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