Sou
um reflexo no escuro
Com
vontade de gritar
Sou alma que divaga
Sou
corpo que fraqueja,
Sou
boca que cala
Sou o medo
noite e dia
Sou
a sombra da agonia
Sou
o cigarro fumado
Sou
a garrafa vazia
Sou
a mulher criticada
Por
não saber dar meu grito
Sou
o hematoma escondido
Sou
mais um osso quebrado
E
se da costela eu vim
É
pra eu está do lado,
Não debaixo do pé,
Não
debaixo de soco.
Sem
vez e sem voz
Abrigo-me
numa gritaria calada
Em
mais uma mentira contada
Silencio
a dor outra vez.
Aquele
olho roxo
-Foi
na pia do banheiro
Minha
costela marcada
-Escorreguei
na escada
O
dente que falha o sorriso
-Foi
porque apodreceu
Aquela
pele queimada
-Ah...
Quão destruída sou eu
A
boca tá machucada,
Será
que aprendi a lição?
Não
uso mais batom vermelho,
Será
que já fiquei descente?
Meu
corpo inteiro reclama
Mas
tenho que ser uma dama
Mulher
forte não reclama
-
Apanhei por que mereci.
Assim
disse meu amor.
Às
vezes quero parti;
Sumir
deste corpo de machucado
Na
eternidade, talvez não exista dor
Meus
cabelos serão livres,
Das
mãos de quem os arranca
La
talvez, me vejam honesta
E
não vão me criticar
Vou
poder usar camisetas,
Sem
ter que esconder marcas
Debaixo dos meus vestidos
Eu
só queria a cura
Desse
amor tóxico e mau;
Dessa
lavagem mental
Desse
medo,
Dessa
tortura.
Ajude-me,
Dê-me
um eco
Faz-me
soar mais alto
Meu
grito escondido de dor
Disso
que um dia por acaso
Eu
ousei chamar de amor
(Rio
de janeiro, Val Mello)
Muita das vezes tbm quero " SUMIR DESSE CORPO QUE ME MACHUCA " . Parabéns Valdene pelo lindo projeto que nós apresenta. Sempre se renovando e ficando melhor. parabéns....
ResponderExcluirViajo nas emoçoes dores e atitude, minhas e alheias pra tentar dar vozes e explicações as sentimentos que nos aprisiona.
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