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Mostrando postagens de agosto, 2019

CAIXAS DE CONCRETO

 No tumulto das avenidas Olho  palco dos automóveis Tantos olhos que não se vêem Em correrias indefinidas Palavras com seus ruidas Respostas de silêncios universais Atrás do  pão feito  zumbis Sombras de homens, sobras canibais Os solitários e seus açoites São saciados pelos desejos Aos fins de tarde e cair de noites Muitos falantes, nada de ouvintes Dentro das caixas de concretos São solidões fazendo brindes. Val Mello

INDOMÁVEIS

Alguns seres nunca serão domados Mordaças não impedem desejos Não confundas Liberdades com iniquidades Nem corpos lascivos com obsessões ou ensejos Gritos para que calem Não dominam pensamentos, Lampejos de santidade Não tira do  mundo  libido Há mentes que enlouquecem Sem as concupiscências da carne E outras se sanificam Com o que a moral se enfurece Alguns seres nunca serão domados Uns por se contraporem e eu  por me permitir. Val Mello

Pérolas ruivas

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SE A PÉROLA SAIU DO MEU OSTRACISMO, EU ESCOLHO A COR. Cuidado com a ruiveza Com essa cor que incendeia, Mora nas solércias de Hera, Ou nos fascínios de sereia. Mira pérolas quando ama E pérolas ruivas, quando odeia. É um jóia quando explode, E um rico baú quando freia. Excêntrica pra ser rainha Mas formadora castelos. Diferente uva nas vinhas, De sabor aos seus afins Dissabor de seus abjetos Pérola ruiva  escolhida, Ruborizada e escondida, Atabulando  percalços Por cores e poemas de telúrica acidez. Imparidades da vida, Enriquece os afrontos Que outras damas por praxe Não ousam vociferar. Sob o fulvo fio colorido, Fulgura pérolas de lábaro  quente Em seus oceanos de expressões. Val Mello
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Dia 12: De Flor e De Frutas          (Jorge Ventura) Porque eu colho aromas desde o dia em que eclodiste em flor para mim. Lembro-me da primeira vez: afoitos, germinamos sementes a poucas horas de a poesia verdejar num plantio de egos Mas aquele dia nasceu tão “Eros” feito os dias que começam com um simples café da manhã e terminam em tardes fecundas de vontades noturnas Permitiste enraizar-me em teu íntimo em teu sexo solar e frutífero Senti o cheiro de terra úmida de chuva e provei do teu sabor qual morango e uva à época da boa colheita Hoje – humilde agricultor – cultivo delícias no teu rico pomar de prazeres