LENÇÓIS

************** Acordei entre os lençóis vazios, Cheirando a abraço quente. No corpo, um intenso desejo, Na mente, uma lembrança, Na boca, o doce do beijo. Não foi sonho, a lua viu. E ela diminuia, À medida que preenchia Nossa paixão secular. E não há mais testemunhas, Apenas o vento e o tempo, Tentando acertar os ponteiros De um tempo muito distante Que se chega transportado Por música ou regressão. Entre os lençóis vazios Cheirando a nós, sem ter nos visto. Grito para o infinito, Que estamos do lado de dentro. Em um mesmo pensamento. Ligados pela eternidade. (Val Mello)