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Mostrando postagens de agosto, 2018

DEPRESSÃO

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Há uma infelicidade constante Um desprezo por graças da vida, Uma solidão incontida E um desejo de banhar a alma Com as mesmas lágrimas Que não se sabe d'onde brotam. Fugir dos sentimentos de culpa Do estanho em um corpo conhecido Dos medos de repente sentidos, Do pessimismo viciante Fugindo com um riso forçado Dos julgamentos reprovados Ou de quem manda buscar uma fé. E tudo NÃO  é  frescura Não diga que é  loucura Quem com olhos marejados Só deseja um cafuné Um apoio Uma dose de alegria Mil litros de compressão Fazendo afastar das drogas Isolamentos e suicídios. Isso tudo não é  chantagem É  o monstro da DEPRESSÃO. (Val Mello)

IMPROPRIEDADE

Eu tenho tanta propriedade do nada que no dia que eu falar algo perto do tudo Esse tudo que tu quer ouvir Serei confundido com um louco É que hoje sou  apenas o louco que não fala pouco Mas que poucos querem ouvir Talvez seja um sábio  torto Ou um cego dos ouvidos Que emudeceu os olhos E nesta expressão corporal, sou  um homem recheado das certezas Certeza de que amanha Fui idiota no  ontem (Val Mello)

O POEMA ETERNIZADO

Faço poemas com as pedras que tu me atira. Recrio a arte onde tu gritas que não faço parte Reinvento a ordem, Onde teu ódio se faz estandarte . E vomito seu veneno em poesia, Com graça, com versos com classe. Porque no poema moram as dores, Despejam-se os anseios Nascem, morrem e renascem novos amores Curam-se feridas, Travam-se batalhas, Determina-se a existência ou não de uma nova vida. O poema resiste, E a resistência é minha luta Que tira da vida o luto Que lapida as palavras mais brutas Que te devolve em versos Os pensamentos eternizados (Val Mello)

ALMA LIVRE.

Sinto na alma o cansaço de uma maratona, E a esperança de quem se prepara para largada Despida do moralismo que impede o bater de asas, Descobri que enxergo além das vitrines do horizonte. Que não me culpo e nem te culpo Apenas me permito, E me desculpo, Por tudo que tentei e não consegui fazer Porque tudo posso ser, Pelo simples fato de ter-me Que posso ser a oitava nota musical ainda oculta E posso na minha vanguarda Está cometendo o oitavo pecado capital ainda não apontado. Mas a liberdade com sabedoria é o mantra que respeito E nesta liberdade me prendo Desprovida da pretensão de TER E mergulhada no universo Livre de SER ( Val Mello)

O PRAZER ÚNICO

Ela pode ser vulgar Ser feita em qualquer lugar A qualquer hora, a qualquer tempo. Em um prazer único fecho olhos pra sentir E depois abro para continuar, Uso as mãos para guiar E ouvidos para escutar meus próprios sussurros As vezes suo, tremo, e as vezes até dói Muitas vezes dói... As vezes faz chorar Mas o prazer em sentir tudo mais e mais  é gigante. É preciso recomeçar E não pode parar no  meio Para que nada venha a esfriar E se parar para relaxar E uma lembrança bater É preciso correr e novamente fazer Ai ai ai Como  é intenso na alma Esse lance de escrever. (Val Mello)

AMOR DE MIM

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Não peça respeito para seu companheiro Não peça para ser amada Não peça para ser desejada Não queira ser cobiçada Apenas se aceite Se ame e se respeite Assim não herdará migalhas Sejas teu  amor primeiro Sejas tu, por ti desejada Cobice interinamente sua auto estima Inveje o amor próprio Se perdoe Se permita Se deseje soberanamente Se critique e se reinvente Invente um novo discurso Se plante Você é semente Renasça Se regue, E tu por ti mesmo Te encantes. (Val Mello)

ISSO NINGUÉM FALA

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Sei que morre gente todo dia Que viver é um risco mortal Mas experimenta nascer mulher Pra você ver se o risco é igual Peço a consciência de não achar que é vitimização Mas se pensas assim Você é  escroto é machista É nojento, maldoso É imoral. Se estudou,  não aprendeu Se pesquisou, não quis entender Se te contaram tu não ouviu E se te mostraram fez questão de não ver Homem estupra homem Homem estupra criança Homem estupra mulher Homem estupra atéanimal E ai a culpa é da minha saia curta Ou do homem  que acha que em qualquer lugar Pode enfiar o seu pau Não diga que estou  de mimimi Ou que to querendo privilegio lá no  código penal Mulher é dita culpada Desde a costela do Adão Até onde eu sei a costela ta do lado E não debaixo da mão Quantos homens tu conhece Que conta histórias lavadas Que olho roxo foi a pia do banheiro Ou que  escorregou na escada Que se acidentou na cozinha Que se ralo...