por aceitar que me roubem
Desculpe se me envergonho,
ou se choro de tristeza.
Cobraram caro o ingresso,
pra roubar minha carteira
Me tomaram a alegria, de gritar
SOU BRASILEIRA
Sendo eu filha da pátria
De beleza e encantos mil,
Me desculpe a sinceridade
Já não creio no Brasil.
Meu professor não tem prestígio
Minha TV, só da ibope o imoral
O investimento foi tudo para o presídio
Meu herói não é mais o policial.
A ousadia dos crimes são gigantes
Seja do trombadinha, do dono da boca
E do governante
Vendem meu país,
vendem a dignidade
Vendem a alma pra diabo
Pra criar uma verdade
Comparam a manchete,
compram todo o jornal,
Compra o prefeito, governador e presidente
Compram tudo...
Inclusive o tribunal
Desculpe por ser tão rico
E meu imposto zonear
Numa zona eleitoreira eu confirmei
Acreditei que ia mudar
Me desculpe meu país tão majestoso
Quando digo que quero te deixar
Fui omisso
e como armas, so me restaram as palavras,
E até isso me é contrariado
Me sinto sem forças para gritar
Não tenho giz para escrever
Não tem médico pra me atender
Não tem segurança pra me ajudar
Não tenho maca para morrer
Falta até terra pra me enterrar
sobram abutres pra me comer
Crescem os crimes e a crueldade
Sobram estupros neste Brasil
De pele e de alma de educação
Falta cultura, falta o pão
Sobra migálha,
Sobra canálha
E faltam forças para servi
Vivo a mígua e abandonada
Filhos no colo, pra encher cadeias
Sou mãe solteira
Sou pai sem mãe
Não vejo o brilho
Pois neste roubo, levaram as estrelas da bandeira
Desculpa Brasil, Se quero ir embora
Se pra luz da esperança
Já estou míope demais
Me sinto a deriva,
Sem porto sem cais
Perdão meu pais, se quero ir embora
Sou um brasileiro,
Que pede que implora
Que pede perdão por ter aceitado
O fardo pesado
O tributo pagado
E a morte por omissão
Valdene Mello
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