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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

A CADA CONTO

Os seres e suas feras
As almas e suas caras
Cada um com seu furor
Cada um com sua calma
Cada encontro um novo conto
Cada conto um ponto aberto
Cada ponto da história
Reeescrita a cada modo
Cada um com sua dor
Cada dor, sérias feridas
Mas o que a história nao conta
É que cada lado tem o mesmo Amor.



Val Mello

sábado, 15 de fevereiro de 2020

FRAGMENTOS


Um corpo consumido de desejos,
Lembranças de banhos de suor
Lentos beijos a flor da pele
Pele em flor, corpos em nós.


Labaredas de paixão, num eterno agora
Desejando para sempre ser assim
Sem amanhã para chegar
Sem memórias, sem um fim


Das loucuras e peraltices momentâneas
Restaram lembranças, saudades e fantasias
Junto às certeza confortante
De que um pedaço da noite,
valeu mais que mil dias.


Val Mello

APARÊNCIAS

Tem horas que parecemos fortes,
mas só parecemos.
Tem horas que parecemos fracos,
mas só parecemos.
Tem horas que parece que tudo vai mudar,
mas só parece.
Tem horas que parece ter aparecido o par,
mas desapareceu
Tem horas que a gente até acredita no impossível,
pra desafiar as possibilidades do existir.
Tem horas que não tem horas,
é a hora que o tempo pára e só a saudade sobrevive.

Val Mello

MIOCÁRDIO

Os silêncios gritam
A boca vomita
A cabeça esquece
O coração acelera
E o corpo padece.
Isso é que dá
um cardíaco se esbaldar
em vinho tinto.
... tim tim!

Val Mello

FERAS E FAROS

Os seres e suas feras
As almas e suas caras
Cada um com seu furor
Cada um com sua calma
 
Cada encontro um novo conto
Cada conto um ponto aberto
Cada ponto da história
Reescrita a cada modo

Cada um com sua dor
Cada dor, sérias feridas
Mas o que a história não conta
É que cada lado tem o mesmo Amor.


Val Mello

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

SUBTERFÚGIO



No tabuleiro de buscas
Arquiteto encontrar teu ar.
Ando em tantas direções
Camuflada entre emoções
Entre jogos de estratégias .

Beijar-te
É xeque-mate
É vencida a batalha.
Há uma dama em proteção
E um rei capturado
Em um reino incendiado
Por desejos e reencontros
Fim do jogo
É mais um ponto,
Preferi não escapar.
Val Mello

BLOCOS


As peças não se encaixam
Vazios não se preenchem
O mundo estar doente,
É porfia em toda parte.
Em fendas nos emendamos
Buscando quem corrobore
Um discurso semelhante

O homem preenche blocos
De vontades ensinadas
Não sei se montamos o mundo
Ou se mundo se despedaça.
E para pertencer a raça
A nossa face disfarça
Os desejos mais profundos .
Val. Mello

PINK


Luz do dia nas janelas
O movimento é constante.
E em uma manhã chuvosa,
Mais pessoas apressadas
Mais buzinas irritadas
São vizinhos acordando,
A cidade despertando
Uma oração no rádio:
Confortably Nunmb
Meditação!
A criança ainda dorme.
No adulto despertado
É hora de labutar.

DEMÉTER




Entre as leis fecundas
E os anseios de deusa
Tudo estar sacramentado
Em longos tempos passados.
De raízes de Deméter
Aos frutos a serem colhidos
Nenhum amor é perdido
Alguns são afastados
Desprovidos do adubo.
Chegou o novo plantio
Há frutos na nova safra.


Val Mello

VERMELHOS

Com tintas que a vida oferta
Faço arco-íris no final de cada tempestade.
Entregue à quentura dos vermelhos que me definem,
desisti de insistir em apagar as labaredas da minha alma,
que ardem com vontades incessantes de sempre correr à frente.
Não sei se o vermelho é a cor mais quente,
mas sei que é a cor que colore meus versos,
Traduzindo expressões, que gritam até sem dizer nada.

DUBLAGEM

Vi Imagens de bem estar,
e expressões de alegrias,
Me faltam palavras à boca
E meus olhos se fazem rios,
No paralelo de nossoa mundos
Sobram apenas eclipses
e momentos eternizados
e um agradecimento ao tempo

Vi imagens de bem estar
felicidades obscenas,
expostas ao cubo do mundo.
E tudo as vezes é tão claro,
E os olhos se cerram aos fatos.
E só resta dizer amém
à combinação social
às imagens de bem estar ,
Ainda que lá falte amor,
para o mundo eles são felizes...
E eu, cá em meu mundo
Vou esperar outro eclipse.


Val Mello

Para meu Avô Edmundo

"Apareceu quando eu dormia
E foi um encontro lindo
Tuas mãos eram pequenas
Tua face era rosada
O Sol ja não te batia
Me chamaste como gostava
Sem apelidos ou marcas
"Valdene", tu bradaste.
Nao trouxeste notícias belas
Teu choro era tão profundo
Mas por um mísero segundo
Te beijei mais uma vez.
Palavras não recitei
Senti tua respiração
Agora sou eu quem chora
Mesmo com paz que tu me trazes.
Era sonho, eu acordei,
porem feliz com a visita"


.................A Edmundo Gomes, in memoriam

RETALHOS INTEIROS

Colei meus pedaços com batom,
vesti o perfume da fragrância Tudo Bem,
Calcei os sapatos da marca "Vai Passar"
Levantei e fui à luta...
Nem sempre saberem das minhas dores
Terei o colo que esperado.

Val Mello

A TELA

Fotografia é um poema,
é uma arte que eterniza os momentos
que fazem o passado permanecer no presente,
onde guardamos para o futuro
as saudades emolduradas.

Fotografia é sensibilidade,
é um olhar encantando os momentos
na captura do instante
uma energia sob um click,
luz e sombra se apresentam
a imagem se constrói.


Val Mello